NOSSA
SENHORA DO ROSÁRIO
SER DISCÍPULO-MODELO A EXEMPLO DE MARIA
07 de Outubro
Evangelho:
Lc 1, 26-38
Naquele tempo, 26 o
anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27
a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era
descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 2 8O anjo entrou onde ela
estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29 Maria
ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado
da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque
encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho,
a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do
Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará
para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria
perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35 O
anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá
com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de
Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o
sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é
impossível”. 38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em
mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
_________________
A memória de Nossa
Senhor do Rosário (de caráter devocional) está ligada à vitória de Lepanto em
1571. A vitória foi obtida por uma particular proteção da Santíssima Virgem
Maria. O Papa Pio V instituiu, então, a festa de Nossa Senhora da Vitória em
Roma. Dois anos depois, a pedido da Ordem dominicana o Papa Gregório XIII,
sucessor do Pio V, estendeu esta festa para
toda a Igreja (universalmente). O Papa
Gregório XIII mudou o nome da festa: de Nossa Senhora da Vitória passa a
ser chamada de Nossa Senhora do Rosário. Era celebrada no primeiro domingo do mês
de outubro. Atualmente a festa é celebrada no dia 7 de outubro.
O Rosário e Seus Mistérios
Em sua forma atual o Rosário tem por autor são Domingos, fundador
dos dominicanos por uma revelação particular de Nossa Senhora (Maria) em 1206. 50
anos depois da aparição de Nossa Senhora a são Domingos milhares de hereges e
pecadores se converteram e voltaram para a Igreja católica. Os autores contemporâneos
de são Domingos dizem que ele (são
Domingos) conseguiu converter mais de cem mil pessoas depois que ele começou a
ensinar-lhes a oração do santo Rosário.
Na Idade Média a
Virgem Maria é saudada com o título de rosa, símbolo da alegria. O
Bem-aventurado Hermann dizia a Maria: “Alegra-te, Tu, a mesma beleza. Eu Te
digo: Rosa, Rosa”. E num manuscrito francês medieval se escreveu: “ Quando a
bela Rosa Maria começa a florescer, o inverno de nossas tribulações se
desvanece e o verão da terna alegria começa a brilhar”. As imagens da Virgem
Maria eram adornadas ou decoradas com uma coroa de rosas e se cantava a Maria
como “Jardim de rosa” (em latim medieval rosarium).
Assim se explica a etimologia do nome que chegou a nossos dias. Nessa época, os
que não sabiam recitar os 150 Salmos do Oficio Divino, eles substituíam por 150
Ave Marias, acompanhadas de genuflexões.
A oração do rosário parece uma das orações
mais fáceis propostas pela Igreja. Na realidade o rosário é uma oração
contemplativa. Ele nos faz passarmos através de todos os mistérios de nossa
redenção.
Nos mistérios gozosos,
por exemplo, nós entramos na casa da Mulher bendita de Nazaré (Maria) para
escutar a mensagem salvífica do Divino Mensageiro, o Anjo Gabriel (Lc 1,26-38).
Logo depois, vamos a Ain Karim (para a casa de Isabel e Zacarias) onde com
Isabel e com ela (Maria) proclamamos a Maternidade divina de Maria (Maria é
chamada de “Mãe do meu Senhor” por Isabel cf. Lc 1,43). Em Belém ficamos com
pasmo diante da manjedoura onde se deita o Salvador do mundo e honramos com os
pastores ao mesmo Salvador, Jesus Cristo (cf. Lc 2,8-14). Logo em seguida,
vemos o mesmo Salvador no Templo apresentado a Deus pelos seus pais (Lc
2,22-40), e reencontra entre os doutores cheios de estupor por sua inteligência
(Lc 2,41-52). E nos mistérios luminosos contemplamos a vida publica de Jesus
para aprender d’Ele como devemos viver como cristãos para que, um dia, possamos
contemplar a vida glorificada. Ou, nos mistérios dolorosos, contemplamos a
Paixão de Jesus e de Maria que O acompanhava, desde Getsêmani até o Calvário
(cf. Jo 19,25-27). E nos mistérios gloriosos, refletimos sobre o triunfo de
Jesus, no qual tem parte Sua Mãe na economia da salvação.
Por essa razão, o rosário (ou o terço) não é
apenas mariológico, mas, principalmente, cristológico, pois nele se contemplam
os mistérios de Cristo que são os mistérios de nossa redenção. Na sua Carta
Apostólica sobre o Rosário o Papa João Paulo II escreveu:
·
“O
Rosário, de fato, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu
âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a
profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele
ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação
redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão freqüenta a
escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto
de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o
crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da
Mãe do Redentor”. (ROSARIUM VIRGINIS MARIAE
no.1)
Assim começando com a oração que Jesus nos
ensinou (Pai Nosso) e que nos autoriza a invocarmos ao Seu Pai como nosso Pai,
nós repetimos a Ave Maria, a saudação do Anjo dada à maior de todas as
criaturas (Maria) e a saudação de Isabel para a mesma (primeira parte da Ave
Maria) e ao mesmo tempo, somos convidados a contemplar os maiores mistérios de
nossa redenção em cada dezena de Ave-Marias.
A riqueza mística da oração de rosário
permite a cada sacerdote, de maneira especial, entrar no mistério da própria
vocação, contemplar os princípios da vida sacerdotal e dar a possibilidade de
retornar aos momentos mais íntimos nos quais nascia, crescia e amadurecia a
chamada de Jesus a segui-Lo. Como aconteceu com Jesus, a vida sacerdotal passa
pelos momentos gozosos e dolorosos para
chegar aos momentos gloriosos que terão seu cumprimento na vida futura para a
qual são dirigidas as seguintes palavras: “Venha o Teu Reino!”. Por isso, a
contemplação dos mistérios do Rosário pode chegar a ser um exame de consciência
da devoção sacerdotal a Maria. Essa devoção consiste em imitar as virtudes de
Maria. Não é por acaso que o Papa João Paulo II dizia as seguintes palavras:
·
“O
Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade
e na profundidade. Nesta oração repetimos muitas vezes as palavras que a Virgem
Maria ouviu ao Arcanjo e à Sua parente Isabel. A estas palavras associa-se a
Igreja inteira. Pode dizer-se que o Rosário é, em certo modo, um
Comentário-prece do último capítulo da Constituição Lumen Gentium
do Vaticano II, capítulo que trata da admirável presença da Mãe de Deus no
mistério de Cristo e da Igreja. De fato, sobre o fundo das palavras "Ave
Maria" passam diante dos olhos da alma os principais episódios da vida de
Jesus Cristo. Eles dispõem-se no conjunto dos mistérios gozosos, dolorosos e
gloriosos, e põem-nos em comunhão viva com Jesus através — poderíamos dizer —
do Coração de Sua Mãe. Ao mesmo tempo o nosso coração pode incluir nestas
dezenas do Rosário todos os fatos que formam a vida do indivíduo, ela família,
da nação, da Igreja e da humanidade. Acontecimentos pessoais e os do próximo, e
de modo particular daqueles que nos estão mais vizinhos, que temos mais no
coração. Assim a oração simples do Rosário marca o ritmo da vida humana”. (Angelus, 29.10.1978)
Mensagem Do texto Do Evangelho Deste Dia
No texto do evangelho lido neste dia,
inicialmente o Anjo de Deus não chama Maria pelo nome, mas chama-a simplesmente
de “Cheia de graça”. O termo ‘graça’ significa benefício absolutamente
gratuito, livre e sem motivo (cf. 1Cor 15,10). Também tem outro significado: um
efeito do favor divino que torna alguém belo, amável e encantador. A graça da
criatura depende da graça de Deus, e não vice-versa.
Na graça reside a completa explicação de
Maria, a sua grandeza e a sua beleza. Maria encontrou graça, isto é, favor,
junto de Deus; ela é cheia do favor divino. Como as águas preenchem o mar,
assim a graça preenche a alma de Maria. Maria é cheia de graça também em outro
sentido: ela é bela, daquela beleza que chamamos de santidade. Sendo agraciada,
Maria é também graciosa.
Maria lembra cada um de nós que tudo na
nossa vida é graça. A graça é a presença de Deus. As duas expressões: “cheia de
graça” e “o Senhor está contigo” são quase a mesma coisa. Esta presença de Deus
no homem realiza-se agora em Cristo e por Cristo. De fato ele é o Emanuel, o
Deus-Conosco (Mt 1,23; 18,20;28,20).
A primeira coisa que cada um de nós deve
fazer como resposta à graça de Deus é dar graças. A graça de Deus tem de ser
acompanhada pelo agradecimento do homem. Dar graças significa, antes de tudo,
reconhecer a graça, aceitar a gratuidade da mesma. Dar graças significa
aceitar-se como devedor, como dependente; deixar que Deus seja Deus. É preciso
fazer o possível para renovar cada dia o contato com a graça de Deus que está
em nós. Pela graça podemos manter, desde esta vida, o contato com Deus.
Precisamos crer na graça, crer que Deus nos ama, que nos é favorável de
verdade, pela graça fomos salvos.
O texto quer dizer também que Maria é a
primeira cristã por causa do seu sim a Deus para que possa nascer para a
humanidade Jesus Cristo, nosso Salvador. Não era nenhuma princesa nem nenhuma
patroa na sociedade do seu tempo. Era uma mulher simples do povo, uma moça
pobre. Mas Deus se compadece dos humildes e dos simples. Para Deus tudo é
simples, e para o simples tudo é divino. A simplicidade atrai a bênção de Deus
e a simpatia humana. O simples, o humilde é o terreno fértil onde a graça de
Deus encontra seu lugar e através do qual Deus fala para o mundo.
De certa forma, podemos dizer que com o sim
de Maria à vontade de Deus a Igreja começou. A Virgem Maria, no momento de sua
eleição radical e no momento de seu sim a Deus foi início e imagem da Igreja.
Quando ela aceitou o anúncio do anjo, da parte de Deus, pode-se dizer que
começou a Igreja: a humanidade, nela representada, começou a dizer sim à
salvação que Deus lhe ofereceu. Nela e através dela a humanidade foi abençoada.
Podemos olhar, por isso, para Maria como modelo de fé e motivo de esperança e
de alegria.
O sim de Maria à Palavra de Deus expressa um
compromisso total, uma confiança absoluta no amor e no poder de Deus que a faz
sair de si mesma e aposta totalmente sua vida no poder de Deus. E este
compromisso total de uma moça simples com a Palavra de Deus compromete também o
destino da humanidade. Nós, cristãos, devemos ter uma consciência mais clara
daquilo que sucede quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia. A
participação da Palavra e do Corpo de Cristo é algo que produz a união mais
íntima possível com Cristo vivo. Por isso, o sim pronunciado no momento desta
participação eucarística é o que compromete de uma maneira mais profunda todos
nós cristãos.
Toda vez que dissermos Sim à vontade de Deus
e aos seus mandamentos geraremos algo de bom, algo de humano e algo de divino
para o mundo. Toda vez que dissermos a Deus conscientemente “Faça-se em mim
segundo a Sua Palavra!”, nossa vida se encherá de Deus (cheia de graça),
seremos instrumentos eficazes de Deus e faremos nascer algo de Deus para salvar
o mundo. Toda vez que dissermos Sim a Deus e à Sua vontade, sairemos de nós
para ir ao encontro dos demais para ajudá-los.
Cada cristão é chamado a dizer Sim ao bem, à bondade, ao amor, à justiça,
à solidariedade, à honestidade, à retidão e assim por diante, pois tudo isso
significa dizer Sim a Deus.
O compromisso da vida cristã é deixar-se
fecundar pelo Espírito de Deus, como Maria, escutando a Palavra de Deus que vem
por meio de mensageiros, tendo em conta nossa situação e nossas forças, mas
respondendo a Deus com confiança e interesse. O cristão deve deixar-se encarnar
pela Palavra de Deus para que se torne Boa Nova para os demais como Maria.
“Ó, Virgem fiel, dia e noite permaneces em profundo
silêncio, em uma paz inefável, em uma oração divina, que não cessa nunca, com a
alma inteiramente inundada por eternos resplendores. (...) Em uma paz inefável,
em um misterioso silêncio, penetraste no insondável levando em ti o Dom de
Deus. Guarda-me sempre em um abraço divino. Que leve sempre em mim a estampa
deste Deus de amor”. (Isabel da Trindade)
OS MISTÉRIOS DO ROSÁRIO
MISTÉRIOS DA ALEGRIA/gozosos (Segundas e Sábados)
1.º Mistério: A Anunciação do
Anjo a Nossa Senhora. (Lc 1, 26-38)
2º Mistério: A Visitação de
Nossa Senhora a Santa Isabel. (Lc 1, 39-56)
3º Mistério: O Nascimento de
Jesus no presépio de Belém. (Lc 2, 1-20)
4º Mistério: A Apresentação do
Menino Jesus no Templo. (Lc 2, 22-38)
5º Mistério: O Encontro do
Menino Jesus no Templo, entre os Doutores. (Lc 2, 41-50)
MISTÉRIOS DA DOR/dolorosos (Terças e Sextas)
1.º Mistério: Oração e Agonia de
Jesus no Jardim das Oliveiras. (Mt 26, 36-46)
2º Mistério: A Flagelação de
Nosso Senhor Jesus Cristo. (Mt 27, 24-26)
3º Mistério: O Coroação de
espinhos. (Mt 27, 27-31)
4º Mistério: Jesus a caminho do
Cálvário e o encontro com Sua Mãe. (Lc 23, 26-32)
5º Mistério: A Crucificação e
Morte de Jesus . (Jo 19, 17-30)
MISTÉRIOS DA GLÓRIA/ gloriosos (Quartas e Domingos)
1.º Mistério: A Ressurreição de
Jesus Cristo. (Mt 28, 1-10)
2º Mistério: A Ascensão de
Jesus ao Céu. (At 1, 6-11)
3º Mistério: A descida do
Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos, reunidos no Cenáculo. (At 1,
12-14 e 2, 1-4)
4º Mistério: A Assunção de
Nossa Senhora ao Céu em corpo e alma. (1Cor 15, 12-23)
5º Mistério: A Coroação de
Nossa Senhora, como Rainha do Céu e da Terra. (Ap 12, 1-17)
MISTÉRIOS DA LUZ/luminosos (Quinta-Feira)
1.º Mistério: O Batismo de Jesus
no Rio Jordão. (Mt 3, 13-17)
2º Mistério: A Revelação de
Jesus nas Bodas de Caná. (Jo 2, 1-11)
3º Mistério: O Anúncio do Reino
de Deus. Um convite à conversão (Mt 4, 12-17-23)
4º Mistério: A Transfiguração
de Jesus no Monte Tabor. (Lc 9, 28-36)
5º Mistério: A Última Ceia de
Jesus com os Apóstolos e a Instituição da Eucaristia. (Lc 22, 14-20)
------------------------
MARIA, MULHER DA ESCUTA,
DA DECISÃO E DA AÇÃO
(Oração à Maria no final da recitação do Santo Rosário na Praça
de São Pedro, 31 de maio de 2013)
Por Papa Francisco
“Maria, Mulher da escuta, abre os nossos
ouvidos; faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu Filho Jesus, no meio das
mil palavras deste mundo; faz com que saibamos ouvir a realidade em que
vivemos, cada pessoa que encontramos, especialmente quem é pobre e necessitado,
quem se encontra em dificuldade.
Maria, Mulher da decisão, ilumina a nossa
mente e o nosso coração, a fim de que saibamos obedecer à Palavra do teu Filho
Jesus, sem hesitações; concede-nos a coragem da decisão, de não nos deixarmos
arrastar para que outros orientem a nossa vida.
Maria, Mulher da ação, faz com que as nossas
mãos e os nossos pés se movam ´apressadamente´ rumo aos outros, para levar a
caridade e o amor do teu Filho Jesus, para levar ao mundo, como tu, a luz do
Evangelho. Amém!”
P. Vitus Gustama,svd
Nenhum comentário:
Postar um comentário