segunda-feira, 22 de abril de 2013

OPTAR POR JESUS E SUA PALAVRA É OPTAR POR DEUS E TER UMA VIDA ILUMINADA CONSEQUENTEMENTE


Quarta-feira da IV Semana da Páscoa
24 de Abril de 2013
 
Texto de Leitura: Jo 12,44-50

Naquele tempo, 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50Eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”.

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Jesus e o Pai que O Enviou São Um Só


“Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. Quem me vê, vê aquele que me enviou... Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. Eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”. Jesus disse isto em voz alta. 


Com esta afirmação Jesus enfatiza a profundidade de relação entre Ele e o Pai. Por causa dessa relação tão intima, unida e profunda é que ter a fé em Jesus, o Filho de Deus significa ter a fé em Deus Pai. Trata-se de uma só fé e de uma só realidade. Conseqüentemente, rejeitar Jesus significa rejeitar o próprio Deus. Acolher a Palavra de Jesus que é o Verbo de Deus (Jo 1,1-3) significa acolher a Palavra do Pai. E a acolhida da Palavra de Jesus faz o homem que crê em Jesus passar da morte para a vida, das trevas para a luz, pois a Palavra que Ele nos anuncia não vem d’Ele, mas do Pai e por isso, leva o homem para Deus, isto é, para a vida eterna, para a salvação.


A Presença de Jesus No Mundo Como Luz


Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas”.                 


A presença de Jesus no mundo tem um objetivo bem claro e preciso: ser Luz para a humanidade encontrada nas trevas do pecado. Trata-se de uma presença que salva apesar de o homem ter que encarar a própria verdade do pecado que o faz mergulhar na escuridão, pois Jesus vem como luz que ilumina tudo e por isso, nada se esconde. Mas ao aceitar Jesus como a própria Luz do mundo o homem passa a ser um reflexo para iluminar as pessoas ao seu redor e seu próprio caminho será iluminado.


Jesus é a Luz que Deus colocou na história da humanidade em geral, e na história de cada um de nós em particular. A Luz do Ressuscitado permite cada um de nós detectar os empecilhos que o egoísmo coloca em seu caminho para desviá-lo do amor e da justiça. A luz de Cristo em cada um de nós denuncia as artimanhas do mal que destrói a vida dos outros. Viver na Luz de Cristo faz cada um de nós viver na transparência e não na aparência, pois a luz de Cristo penetra no nosso ser e tudo se torna transparente e capaz de iluminar as pessoas ao redor. A Luz de Cristo ilumina nossa mente mesmo que nos encontremos no meio das dificuldades, pois tudo será iluminado. A Luz de Cristo em nós faz com que captemos com facilidade as necessidades dos outros. A mente escura só faz confusão. A mente iluminada traz a serenidade e causa uma reflexão mais profunda. Pessoa iluminada ilumina qualquer um com sua palavra.


Optar pela Luz é optar pela vida e pela salvação. Optar pela Luz de Cristo é optar pela vida iluminada. Escutar Jesus é deixar-se guiar pela Luz de Cristo. Se o objetivo da presença de Jesus no mundo é ser Luz para a humanidade, conseqüentemente cada cristão, seu seguidor, ao contemplar a Luz do mundo (Jo 8,12), deve viver como luz para os outros: iluminar e indicar o caminho da verdade.


Uma Presença Que Separa


Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que falei o julgará no ultimo dia”.


Apesar de Jesus vir ao mundo não para condenar, e sim como uma Luz para a humanidade, mas o evangelho de hoje nos enfatiza que a sua palavra e a sua missão realizam automaticamente um juízo e tornam-se critério último de verdade e de ação. Diante da presença de Jesus como a Luz do mundo e como a Palavra do Pai o homem tem que se posicionar: ou aceitar ou recusar. Trata-se do momento de julgar, isto é, do momento de separação. Deus não separa o homem d’Ele. Mas por causa de sua liberdade o homem é capaz de se separar de Deus.


Por isso, o juízo do homem consiste num autojuizo. O homem, com sua conduta, pronuncia sentença contra si mesmo no momento presente em que ele opta por Jesus e sua palavra  ou recusa Jesus. A decisão se dá aqui e agora entre fé e incredulidade. O que ocorrerá no “último dia” não será mais que a manifestação pública da decisão tomada aqui.


A minha atitude diante de Jesus, e da sua palavra, realiza o juízo em relação a mim mesmo, agora e no futuro. Na pessoa de Jesus está presente a realidade definitiva. E eu devo confrontar-me, aqui e agora, com essa realidade, porque é o definitivo que avalia o transitório. É hoje que eu decido o meu destino eterno. É hoje que a minha vida está suspensa entre a vida e a morte, entre a luz e as trevas, entre o tudo e o nada, porque é hoje que me confronto com Jesus e com a sua palavra, e é hoje que tenho de optar. O momento presente é sumamente importante, porque é o hoje de Deus, que podemos acolher ou rejeitar. Desse acolhimento ou rejeição derivam conseqüências eternas. Jesus não está nos ameaçando; ele nos estimula para aproveitarmos cada momento para fazer o que é digno para o bem do homem e sua salvação.

P. Vitus Gustama,svd

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