CRUZ PEREGRINA
E ÍCONE DE NOSSA
SENHORA
JORNADA
MUNDIAL DE JUVENTUDE
2013
JESUS E MARIA PEREGRINAM CONOSCO
E NÓS PEREGRINAMOS COM
ELES
Uma Reflexão
Vinte e quatro
de abril de dois
mil e treze às seis
e trinta minutos da manhã!
Esta data jamais
será esquecida pelo Povo
de Deus da paróquia
do Sagrado Coração
de Jesus no bairro do Ano Bom de Barra Mansa, Rio de Janeiro-Brasil. É a data
em que
a Cruz peregrina
e o Ícone de Nossa
Senhora, a Mãe
do Senhor, vieram visitar
o Povo do Ano
Bom em
Barra Mansa
depois que
visitaram milhares de lugares neste planeta
Terra desde
1985 na época do Papa
João Paulo II. A peregrinação da Cruz peregrina e do Ícone de Nossa Senhora pelo planeta terra mostra a unidade dos católicos no mundo inteiro. Milhares de mãos já tocaram nesses símbolos. Milahres de ombros já carregaram a Cruz peregrina e o Ícone de Nossa Senhora. A participação dos jovens da paróquia do Sagrado Coração de Jesus em carregar esses símbolos aumenta o número dos que carregaram os mesmos símbolos. A mão que toca e o ombro que carrega ficam "tatuados" na Cruz peregrina e no Ícone de Nossa Senhora.
Os dois, Jesus, o Filho e o Salvador, e
Maria, a Mãe do Senhor
e a primeira discípula
do Senhor (cf. Lc 1,38), estão juntos
e inseparáveis. Onde
está Maria, a Mãe, está também o Filho,
o Senhor Jesus Cristo.
Não é por
acaso que
com a Cruz
peregrina veio
também o Ícone
de Nossa Senhora,
a Mãe do Senhor
(Lc 1,43). Humanamente
falando, a alegria do filho é a alegria
da mãe; o sofrimento do filho é o sofrimento da mãe.
Para uma mãe
o filho é ela
própria e por
isso, ela
sente o que o filho
sente.
Pela primeira
vez (talvez
seja pela última
vez) estes
símbolos religiosos,
que representam o próprio
Jesus e Sua Mãe,
passaram pela paróquia
do Sagrado Coração
de Jesus para visitar seu Povo no bairro do Ano Bom de Barra Mansa. “Bendito
seja o Senhor Deus
de Israel, porque visitou e redimiu o Seu povo”
(Lc 1,68).
Deus é bendito,
pois cada visita Sua comove
e move Seu Povo.
Comover, porque
o Povo se emociona ao ver
e ao tocar na Cruz
peregrina e no Ícone
de Nossa Senhora.
Quantas mães tocaram na Cruz peregrina
e no Ícone de Nossa
Senhora para depois traçarem o sinal
da cruz na fronte
de seu filho
pequeno. Cada
mãe que
traçou o sinal da cruz
na fronte de seu
filinho quer dizer-lhe: “Seja você, meu filho, abençoado
e protegido pelo
Senhor Jesus”. Trata-se da fé
pura que
não se desmancha
pelo tempo nem pelas dificuldades
encontradas na caminhada desta vida. De nossa mãe é que
aprendemos, pela primeira
vez, a fazer
o sinal da cruz.
Quantas pessoas que
olharam da janela de sua casa fizeram
o sinal da cruz
ao ver a Cruz
peregrina e o Ícone
de Nossa Senhora
passarem em frente
de seu prédio.
Quantas pessoas pararam à beira das ruas
ao ver de perto
esses símbolos
religiosos. Quantas pessoas
olharam da janela de suas casas, sem mostrar seu rosto inteiro. Diante
da Cruz de Jesus e diante
de Maria que passam todos
reagem de alguma forma.
A visita
do Senhor não
só comove, mas
também move. Mover,
porque, ao visitar
o Seu Povo,
Deus em
Jesus Cristo quer
renovar-lhe as forças para
continuar sua
luta pelo bem: “No mundo
tereis tribulações, mas
tende coragem: eu
venci o mundo” (Jo 16,33) e “Não tenhais medo porque Estou convosco
todos os dias
até o fim
do mundo (cf. Mt 28,20)”. Trata-se
de uma palavra do Salvador
do mundo e por
isso, não
pode ter lugar
para qualquer
dúvida, desânimo,
desistência no nosso
coração. Não
é por acaso
que Mahatma Gandhi disse: “Para mim, Deus é Verdade e Amor. Deus é destemor. Deus
é a fonte da Luz
e da Vida e, mais
ainda, Ele
está acima e além
de tudo isso.
Deus é consciência.
É inclusive o ateísmo
do ateu. Por
seu amor
infinito, Deus
permite que o ateu
viva... Ele
é um Deus
pessoal para aqueles que precisam
de Sua presença
pessoal. Está incorporado naqueles que precisam de Seu
toque. É a mais
pura essência.
Ele simplesmente
É, para aqueles
que têm fé”
(Minha Missão: Ética, Política e Espiritualidade,
p.87, Editora Multiletra 1997, Rio de Janeiro).
Como uma visita do Senhor que salvou, e de Sua
Mãe, Maria, que
O acompanha, o Povo de Deus da paróquia
do Sagrado Coração
de Jesus acolheu a Cruz peregrina e o Ícone
de Nossa Senhora
com a oração
e com a leitura
da Palavra de Deus
em frente
do Hospital da Mulher
de Barra Mansa.
Através da oração
e da leitura da própria
Palavra de Deus
o Povo de Deus
no Ano Bom
- Barra Mansa
quer dizer ao
Senhor Deus novamente: “Nós
serviremos o Senhor, nosso
Deus, e obedeceremos à Sua voz”
(Josué 24,24). E quem serve o Senhor, serve também Seu Povo. Ao servir o outro, o cristão estará participando da vida
e da missão de Jesus.
Depois da saudação
de boas vindas na oração
e na leitura da Palavra
de Deus, Jesus e Maria, Sua Mãe, começaram
a peregrinar com
o Povo de Deus
e o Povo de Deus
com eles
ao redor da paróquia
do Sagrado Coração
de Jesus no Bairro do Ano Bom.
A palavra
“peregrinar” tem a raiz latina. O adjetivo “peregrinus” em
latin é derivado de “peragrare” que
significa “percorrer”, com
o sentido intensivo
de “ir longe”.
A peregrinação é essencialmente
uma partida. Essa mudança
no espaço e tempo
nos mostra
o peregrino como
“alguém que
passa”. Mesmo
que hoje
ele pare, amanhã
terá que retomar
o caminho. Ao peregrinar
o homem vê
mais coisas,
ganha mais
experiências, amplia mais horizontes
e aprofunda mais sua
reflexão sobre
o homem, a vida
e o mundo. No cansaço
durante essa peregrinação
ele renova suas
forças por
causa de sua fé em Deus que o ama infinitamente
e que o chama
a caminhar.
Jesus vive essa forma
de vida mostrando o seu
significado pleno.
Em Cristo,
o próprio Deus
se fez peregrino para
vir ao encontro
do homem nos
seus caminhos
a fim de mostrar
o caminho para
a eternidade, e Ele
próprio é o Caminho
(Jo 14,6). E o fato de ele não ter “uma pedra onde repousa a cabeça”
(Lc 9,58) e sua vida
apostólica itinerante revelam a sua identidade
de peregrino por
excelência. A vida
é uma peregrinação para
a eternidade, para
a casa do Pai
(cf. Jo 14,2-3) onde tem espaço para todos, pois “Deus é Amor” (Jo
14,8.16).
A história
do homem é estruturada com base no esquema da peregrinação
no sentido de saída
de Deus e retorno
a Deus em
uma relação entre
a eternidade e o tempo,
entre o céu
e o mundo. Sair
de si para voltar a Deus não é apenas remontar às origens, mas também e principalmente progredir em novidade e em crescimento,
como Abraão no Antigo
Testamento (cf. Gn 12), aumentando os dotes iniciais
(cf. Mt 25,14-30). Precisamos confiar
na profundidade de Deus
em nós
e viver dessa confiança
(cf. Jo 14,1). Esse é o caminho para continuar
andando rumo à nossa
realização plena
e à total comunhão
com Deus
na eternidade.
Na peregrinação
em torno
da paróquia do Sagrado
Coração de Jesus, no bairro do Ano Bom, Jesus e Maria sentiram na pele
a pobreza e o abandono
do Povo de Deus.
Ressoam novamente as palavras de Deus
contra os maus
líderes no Antigo
Testamento: “Vós
vos alimentais com
leite, vos
vestis de lã e sacrificais as ovelhas mais
gordas, mas não
apascentais o rebanho! Não
restaurastes o vigor das ovelhas
abatidas, não curastes a que está doente, não tratastes a ferida
da que sofreu fratura,
não reconduzistes a desgarrada, não buscastes a perdida, mas
dominastes sobre elas
com dureza
e violência” (Ez 34,4). Trata-se de
as palavras carinhosas de Deus dirigidas aos que
estão encarregados para
cuidar dos irmãos,
filhos de Deus
para não se
esquecerem disso. As ruas, onde passaram Jesus e Maria na forma
da Cruz peregrina
e no Ícone de Nossa
Senhora, estão cheias
de buracos e de quebra-molas.
Ao ultrapassar os quebra-molas
os carros logo
em seguida
têm que encarar
os buracos. Os fios
elétricos formam, como
que uma teia
de aranha, uma rede
que vão
do um lado
da rua para outro lado da mesma rua como se quisessem surpreender
qualquer presa.
Os fios elétricos
impedem a passagem de qualquer veículo
que tem a altura
maior. Esses
fios elétricos
como se quisessem dizer
a todos: “Todos
vocês têm que
abaixar sua cabeça diante
de nós! Vocês
não podem subir
ao céu, pois suas cabeças serão degoladas como
degolaram a cabeça do inocente João Batista!
(cf. Mc 6,14-29). Se esforçarem-se a levantar suas cabeças, vocês morrerão com
apenas o meu
choque!”. Jesus, o Inocente
dos inocentes foi crucificado e
ressuscitou na Sua inocência
e subiu ao céu e está sentado à direita do Pai todo poderoso.
Os pregos que
O prenderam, temporariamente na cruz, não conseguiram impedir
Jesus de subir ao céu,
pois a Palavra
de Deus será a última
palavra para qualquer homem
sobre a face da terra.
Na última
parada, na Comunidade
de São Francisco de Assis, depois de várias paradas
em várias comunidades,
todos os peregrinos
juntamente aos bombeiros
e aos policiais militares
pararam para se alimentar
antes de continuar
a peregrinação rumo
à paróquia de São
Sebastião de Barra Mansa
a fim de entregar
a Cruz peregrina
e o Ícone de Nossa
Senhora. Todos
comeram do mesmo pão
(sanduíche) e beberam da mesma bebida (refrigerante). Trata-se de uma refeição
fraterna. Esse
alimento nos leva à Eucaristia.
Se a vida é uma peregrinação,
Jesus é o Pão da Vida
que nos
alimenta na nossa
peregrinação à Pátria
celeste. A Eucaristia
é o céu aqui
na terra, como
disse o Papa Bento
XVI: “Com a Eucaristia, o céu
vem sobre a terra,
o advir de Deus
ergue-se no presente, e o tempo
é abraçado pela eternidade
divina”.
Depois que
terminou a refeição fraterna
todos tomaram novamente
o caminho para
continuar a peregrinação
na companhia da Cruz
peregrina e do Ícone
de Nossa Senhora.
No inicio da ponte do rio
Paraíba do sul dois grupos se ofereceram ou
fizeram questão de carregar
a Cruz peregrina,
um grupo,
e o Ícone de Nossa
Senhora, outro
grupo. Esse
gesto de carregar,
consciente ou
inconscientemente, significa que esses dois grupos,
representantes do Povo de Deus da paróquia
do Sagrado Coração
de Jesus, querem ser instrumentos
de Deus para levar aos demais,
inseparavelmente, nosso Salvador,
Jesus Cristo e Sua
Mãe, Maria cheia
de graça (Lc 1,28). Ao chegar
do outro lado
da ponte, dois
grupos da paróquia
de São Sebastião receberam a Cruz peregrina
e o Ícone de Nossa
Senhora tornando-os, assim,
em instrumentos
divinos para levar adiante o Senhor e Sua Mãe, Maria.
Para aprofundar
mais nossa
reflexão, vamos olhar
fixamente, na nossa
memória, para
a Cruz peregrina
e o Ícone de Nossa
Senhora.
A cruz
peregrina está sem
o Corpo de Jesus, como
qualquer Cruz
em nossas casas
e igrejas que
está sempre com
o Corpo de Jesus crucificado. Por que será? Penso que Jesus
ressuscitado está dizendo para cada
um de nós:
“Pare de me crucificar
nos inocentes,
nos injustiçados,
nos pequenos,
nos marginalizados, nos
excluídos, nos idosos
e crianças abandonados. Não seja cruz para os demais! Seja um ombro para
os outros!”.
No
Ícone de Nossa
Senhora, observamos que
o Menino Jesus está olhando para Maria, Sua Mãe e Maria dirige seu
olhar para quem olha para ela, para nós todos que olhamos para Nossa Senhora. Este olhar é o reflexo do olhar de Jesus Cristo; um olhar que ama, que está atento, que se compadece, que anima, que acompanha o nosso dia a dia. Esse olhar de Maria é um olhar materno, atento
para nossas necessidades,
pois ela é nossa mãe: “Eis aí tua mãe”, disse Jesus ao discipulo amado. “E dessa hora
em diante
o discípulo a levou para
a sua casa”,
comentou o evangelista Sao João (cf. Jo 19,25-27). A exemplo do discipulo amado
é preciso que
levemos Maria, a mãe de Jesus, para nossa família para torná-la nossa Mãe. Onde está Maria, está também
o Filho, Jesus Cristo.
Por isso,
levar Maria para nossa casa, para nossa família significa levar
Jesus, nosso Salvador.
Consequentemente, nossa família será a família
de Deus, pois
Maria e Jesus fazem parte permanente de nossa
família e os dois,
Jesus, o Filho e Maria, a Mae são inseparaveis.
Neste mundo
Cristo não
tem mais mãos
para ajudar os
necessitados, para levantar
os doentes e decaídos, para
abençoar as pessoas
e as crianças, para
cariciar os desconsolados, para fazer as obras de Deus. Em silêncio da Cruz Jesus está dizendo a você:
“Eu preciso
de suas mãos
para continuar a obra de salvação neste mundo,
para ajudar os
necessitados neste mundo”. Jesus Cristo continua esperando sua
resposta.
Neste mundo
Jesus não tem mais
os pés a não
ser os nossos..
São Pedro na sua
pregação nos
Atos dos Apóstolos
disse: “Ele andou e passou a vida fazendo o bem...” (At
10,38). “Andar” supõe o uso
dos pés. Neste momento
Jesus Cristo está pedindo seus pés, nossos pés, para andar em
procura dos perdidos, para
visitar os doentes
e presos, para
procurar os desconsolados e desesperados. Em silencio da Cruz
Jesus Cristo está esperando sua resposta, a
resposta de cada
um de nós.
“Eu preciso
dos seus pés”,
em silêncio
Jesus Cristo está pedindo para
cada um
de nós.
No mundo
Jesus Cristo não
tem mais seu
coração a não
ser o coração
de cada um
de nós. Ele
amava até o fim
incondicionalmente, sem
esperar nada
de troca por
amor a todos
nós. Ele
estava pronto para
perdoar e compreender as fraquezas dos homens.
No silêncio
da Cruz também
Jesus está dizendo a você, a cada
um de nós:
“No mundo não
tenho mais o coração.
Eu preciso
de seu coração
para salvar o mundo, para perdoar,
para compreender as fraquezas dos outros,
pois o mundo
está cada vez
mais sem
coração”. E Jesus continua esperando sua resposta apesar do silêncio
da Cruz.
“Agora,
Senhor, te amo somente a ti, somente te sigo e
busco, somente a ti estou disposto
a servir, porque
justamente somente
tu reinas; quero pertencer
a tua jurisdição. Manda
e ordena, ti rogo, o que
queres, mas
cura meus
ouvidos para ouvir tua voz; cura e abre meus
olhos para ver teus sinais”. (Santo Agostinho: Solilóquios 1, 5-6)
Barra Mansa,
24 de Abril de 2013
P. Vitus Gustama,SVD
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