sábado, 19 de outubro de 2013

 
VIVER NA VIGILÂNCIA SERVINDO AO IRMÃO


Terça-feira da XXIX Semana Comum
22 de Outubro de 2013

Texto de Leitura: Lc 12,35-38


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 35 Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. 36 Sede como homens que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento, para lhe abrirem, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater. 37 Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Em verdade, eu vos digo: Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão, se assim os encontrar!
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Continuamos acompanhando Jesus no seu caminho para Jerusalém, ouvindo atentamente suas últimas e importantes lições para que possamos alcança a vida glorificada a exemplo d’Ele (Lc 9,51-19,28).


Na passagem de hoje Jesus nos ensina para que estejamos vigilantes permanentemente sobre nossa vida, pois a vida é de Deus e Ele está nela. A vida é curta demais sua existência neste mundo para não desperdiçá-la. A vida é um dom para não torná-la pesada. A vida é bela para não prejudicá-la. A vida é o fruto de amor de Deus para não odiá-la. Repito: a vida é de Deus e Ele está nela. Se Deus está na vida, logo Deus sabe o que fazer com a vida em nós desde que saibamos confiar n’Ele plenamente.


O tempo intermédio até a volta do Senhor, sua segunda vinda (Parusia), este tempo que vivemos (o tempo da Igreja) exige uma atitude: VIGIAR: “Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas” (Lc 12, 35), diz-nos o Senhor. Na Bíblia, os rins são considerados como a sede da consciência. O profeta Jeremias censura o povo que tem Deus perto da boca, mas longe dos rins. Quis dizer: Deus não tinha nenhuma importância para esse povo na hora em que deveria tomar decisões importantes. Na Bíblia muitas vezes Deus é designado como Aquele que examina os corações e os rins, e questiona o ser humano no mais profundo de sua existência.


Velar ou vigiar, em sentido estrito, significa renunciar ao sono da noite para terminar um trabalho urgente e importante ou para não ser surpreendido pelo inimigo. Em um sentido mais simbólico significa lutar contra a negligência para estar sempre em estado de disponibilidade. É vive uma vida atenta à voz do Senhor e vigilante diante dos sinais da realidade. O Senhor voltará com toda segurança no nosso encontro derradeiro. O discípulo não pode ficar adormecido. Ele deve permanecer alerta, sempre em tensão e em atenção. Somente assim ele assegurará a comunhão com o Senhor no gozo e no amor.


Um cristão não pode ser nem estar alienado. Ele deve estar em alerta constante, sempre pronto para a ação, e preparado para servir dia e noite. A salvação prometida, o futuro que ansiamos ou sonhamos, exige uma atitude de vigilância, uma esperança ativa que nos coloca no caminho de serviço.


A principal atitude do cristão é ter uma disposição ininterrupta para o serviço. Fazer-se servo ou servidor é o caminho mostrado por Jesus na cena do lava-pés (cf. Jo 13,1-20). Fazer-se servo ou servidor é o único caminho para chegar à semelhança com Jesus e à igualdade com os demais. Somente a partir de baixo é que se pode mudar o mundo. Somente com o serviço se acaba com a escravidão e o desejo de domínio. O caminho de subida passa pelo caminho de descida. Para tornar-nos divinos precisamos ser muito humanos. A divinização passa pela humanização do ser humano. Por isso, servir para o cristão não é opcional, é lei constitutiva da vida cristã.


Celebrar a Eucaristia exige uma vida de serviço e de dedicação aos demais. Ao celebrar a Eucaristia ratificamos nosso compromisso de amor, de doação e de serviço. Quem assim atua, já é considerado por Jesus “bem-aventurado”, pois através do serviço e da doação é eliminado da comunidade todo desejo de domínio para passar a viver num clima permanente de mutuo serviço.


É sábio quem vive na vigilância permanente e sabe olhar para o futuro. Não é porque não saiba gozar da vida presente e cumprir suas tarefas de hoje e sim porque sabe que é peregrino nesta vida e o importante é assegurar-se sua continuidade na vida eterna. É viver com uma meta e uma esperança. Por isso, o trabalho neste mundo para o cristão é um compromisso pessoal para transformar-se a si mesmo e para transformar o mundo em que vive.


Vale a pena cada um responder esta pergunta: “Como você prepara a segunda vinda do Senhor no seu dia a dia? Você já está preparado para esta vinda?”.

P. Vitus Gustama,svd

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