EU SOU CONHECIDO PELO BOM PASTOR
Segunda-Feira
Da IV Semana Da Páscoa
12 de Maio de 2014
Evangelho:
Jo 10,11-18
Naquele tempo, disse
Jesus: 11 “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12 O
mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar,
abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13 Pois ele é apenas
um mercenário e não se importa com as ovelhas. 14 Eu sou o bom pastor. Conheço
as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como o Pai me conhece e eu
conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas
que não são deste redil: também a elas devo conduzir; escutarão a minha voz, e
haverá um só rebanho e um só pastor. 17 É por isso que o Pai me ama, porque dou
a minha vida, para depois recebê-la novamente. 18 Ninguém tira a minha vida, eu
a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la
novamente; esta é a ordem que recebi de meu Pai”.
“Eu sou o Bom Pastor. O bom
pastor dá a vida por suas ovelhas”. Esta afirmação de Jesus é dirigida a
cada um de nós. Ele é bom porque ele dá o que é mais caro para si: sua própria
vida para que os outros possam viver. Jesus é o bom pastor porque se
despoja até da própria vida para proteger e defender as ovelhas. Por isso, a
qualificação “bom” aqui não tem qualquer valor sentimental: não significa doce,
suave que não causa mal algum a ninguém. O “bom” aqui significa o verdadeiro, o
autêntico, o corajoso, lutador. Jesus é o Bom Pastor porque o seu amor é tão
imenso para conosco que está disposto a sacrificar a sua própria vida.
Por isso, ser bom é muito mais do que ser
educado, muito mais do que ser atencioso, muito mais do que ser gentil, muito
mais do que ser pacífico, muito mais do que ser simples e humilde. Eu sou bom
na medida em que dou o que é melhor de mim, o que é caro para mim para que o
outro possa viver.
Quem é bom de verdade nunca perguntará quem será beneficiado
do meu ato bom. O bom simplesmente brilha como sol com seus raios para todos.
Crer em Jesus, o Bom Pastor, aceitar Jesus como o Bom Pastor é um grande
compromisso de ser bom na vida, de ser amoroso para com os outros, de ser vida
para os demais.
Quem tem o coração de verdadeiro
pastor não fica fazendo contas: aonde chegam os meus direitos, onde terminam as
minhas obrigações. Ele segue uma única lei: o amor. Aquele que não ama, nunca
vai entender Jesus e seu amor louco que aceitou morrer na cruz para resgatar a
humanidade.
Jesus me resgatou sacrificando a
própria vida na cruz. E Ele me alimenta renovando seu sacrifício na eucaristia:
“Eu sou o pão vivo descido do céu... Quem come minha carne e bebe o meu
sangue tem a vida eterna. Pois a minha carne é verdadeiramente comida e o meu
sangue é verdadeiramente bebida” (Jo 6,51.54-55).
Esta afirmação nos devolve a
serenidade perdida, pois, de fato, somos ovelhas do Senhor. A verdadeira
serenidade nos envolverá, se aceitarmos humildemente nossa pequenez e nos
deixarmos guiar por Deus. Nossa serenidade somente é possível, se começarmos a
pensar e a viver a partir de Deus. A partir de Deus saberemos julgar que neste
mundo tudo é importante, mas nada é demasiado importante. O único importante é
esse Deus em cujas mãos estamos e cuja vida sustenta a nossa. O importante é
esse Pastor que nos guia ao Pai. A partir desse Pastor que nos guia, tudo será
compreendido de uma maneira nova. Tudo tem saída. Não somos abandonados. Com
ele sempre podemos ter esperança e renovar a esperança.
“Conheço as minhas ovelhas, e
elas me conhecem”, diz Jesus, o Bom Pastor (v.14). Aqui “conhecer” não
se trata de uma atitude ou atividade intelectual, mas trata-se de uma
comunidade de vida baseada no amor; trata-se de uma relação existencial. O
verbo “conhecer” envolve o ver, o ouvir, o perceber, o experimentar.
Jesus Cristo conhece pessoalmente
cada um de nós. Ele não conhece como massa de pessoas. Ele conhece cada um em
sua integridade. Jesus me conhece na minha integridade, no meu ser, na minha
especificidade, na minha estrutura, na minha angústia, no meu medo, nos meus
sonhos. O próprio Senhor Deus é a razão de ser mais profunda de minha
existência. Se Deus me ama devo também me aceitar a mim mesmo. O Senhor me
conhece verdadeiramente, tal como realmente sou, sem aplicar rótulos e
categorias. Por isso, ele é a única garantia de que eu posso ser eu mesmo. Essa
consciência da origem divina torna-me justamente mais precioso e mais seguro.
Certamente nessa dependência reside uma profunda paz que o mundo nunca será
capaz de me dar.
Será que sou uma boa ovelha? Será
que eu conheço Jesus como meu Bom Pastor?
P. Vitus Gustama,svd
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