24/01/2015
Naquele tempo , 20Jesus voltou para
casa com
os discípulos . E de novo
se reuniu tanta gente
que eles
nem sequer
podiam comer . 21Quando souberam disso, os parentes
de Jesus saíram para agarrá-lo, porque
diziam que estava fora
de si .
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O relato de Mc começa
com um
dado surpreendente :
os parentes de Jesus, ao saber
que ele
estava fora de si ,
ou estava louco ,
eles foram até
Jesus para retirá-lo do seu
lugar de missão .
A loucura era
considerada como sinal
de possessão diabólica . Qualificar alguém de louco
era uma forma
de excluí-lo, anulá-lo e condená-lo. Com
Jesus seus inimigos
queriam aplicar também
essa tática para
anulá-lo, e os parentes de Jesus simplesmente acreditavam nessa “fofoca ”,
sem nenhuma verificação .
Por que Jesus é considerado “fora de si” pelos seus
parente? O que tem por trás da atitude dos parentes de Jesus?
Os parentes de Jesus
acreditaram nas fofocas ou nos comentários maldosos
dos inimigos de que
Jesus era louco .
Por isso ,
eles foram até
Jesus para levá-lo para casa sem perguntar até que ponto esse comentário tinha fundamento .
Às vezes , acontece o contrário : aquele
que acha que o outro
seja louco é muito
mais louco
do que todos
os loucos de verdade .
Precisamos nos perguntar
também tanto
pessoalmente como
comunitariamente: Quem é Jesus em quem
acreditamos? Por que
nos reunimos em
Seu nome ?
Por que
celebramos a Eucaristia ? Só porque ele mandou fazer em sua memória ? Mas que memória ? Vale a pena continuar acreditando e esperando n’Ele ?
Jesus é considerado como
louco por
ser próximo para todos e de todos , por ajudar a quem está em necessidade ;
por integrar
numa família quem
era excluído ,
por salvar a vida no dia de preceito (Sábado ), por lutar pela igualdade ,
pois todos são filhos e
filhas de Deus . Nós
que amamos Cristo ,
nós que
escutamos Sua voz
e nos comprometemos a viver
conforme Seu
evangelho também
nós podemos ser
considerados como loucos ,
sonhadores e ilusórios
pelo mundo ,
se vivermos realmente e fielmente os
ensinamentos de Jesus. Somente aquele que vive verdadeiramente unido a Deus
e comprometido na salvação de todos ,
poderá fazer seu
o caminho de Cristo
e jamais vai usar
o Evangelho para
o proveito próprio .
Ao contrario, ele saberá ir
ao encontro dos que
falharam na vida moral
ou eticamente para
fazer todos eles aproximarem-se do perdão
e do amor de Deus ;
saberá ir ao encontro
das pessoas que
sofrem para manifestar-lhes a misericórdia
divina não
somente com palavras e sim com a própria entrega , com obras que lhes ajudam a viver uma vida digna .
Sejamos essa Igreja do Senhor
que vive não
para servir-se do Evangelho
e sim para estar a serviço do Evangelho até
as ultimas conseqüências . Deus espera de nós uma vida de
fé totalmente
comprometida com o Evangelho .
Jesus é totalmente entregue à sua tarefa como o Enviado do
Pai; absorvido por seu trabalho missionário a ponto de não ter tempo nem para
comer, conforme o evangelista Marcos. Sua vida é totalmente dedicada ao bem das
pessoas, especialmente ao bem das pessoas necessitadas. Precisamos refletir
profundamente sobre a vida de Jesus. Quanto por cento dedicamos nosso tempo,
como cristãos, para ajudar os necessitados? Será que os necessitados fazem
parte de nossa preocupação pastoral? Como reagimos quando vemos que certos
cristãos de nossas comunidades cristãs tomam atitudes mais comprometidas e mais
arriscadas em função do bem do próximo? Será que consideramos “pouco razoáveis”
certas decisões proféticas de alguns membros da Igreja? Será que seguimos a
Jesus verdadeiramente ou somente dizemos que O seguimos, porque levamos o nome
cristão e somos batizados? Seguir a Jesus é aceitar o que Ele diz, não somente
aquilo que está de acordo com nossa linha de pensamento e nosso modo de nos
comportar, mas aquilo que vai contra nosso desejo ou nossos gostos. Todos os
ensinamentos de Jesus deve iluminar toda nossa maneira de viver, todas as
nossas decisões e escolhas na vida. É preciso sermos cristãos em todas as
coisas, em todos os momentos e em todos os lugares. Nisso seremos chamados pelo
mundo como pessoas “fora de si”, como aconteceu com Jesus, pois “O discípulo não está acima do mestre, nem o
servo acima do seu senhor. Basta que o discípulo se torne como o mestre e o
servo como o seu senhor” (Mt 10,24-25).
P. Vitus Gustama,svd
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