segunda-feira, 14 de junho de 2021

XII Domingo Comum,20/06/2021

O DEUS EM QUEM ACREDITAMOS É UM DEUS ONIPRESENTE E ONIPOTENTE

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM

Primeira Leitura: Jó 38,1.8-11

1O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: 8“ Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, 9 quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; 10 quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, 11 e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?’”.

Segunda Leitura: 2Cor 5,14-17

Irmãos: 14O amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos, e que, logo, todos morreram. 15 De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16Assim, doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim. 17Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo. 

Evangelho: Mc 4,35-41

35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”.

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Hoje sopram ventos contrários para fé e para a vida da Igreja; mas é um bom teste para despertar tantos cristãos da mediocridade como os cristãos da superficialidade. Alguns desanimam, outros escandalizam-se e há quem queira abrandar a tempestade com os seus próprios meios, mas em vão no fim. Yahweh salva Jó da tempestade da dúvida, mostrando-se como o Senhor do mar e do universo (1ª leitura). Jesus repreende os ventos e eles Lhe obedecem, mas reprova os discípulos por sua covardia e pouca fé (Evangelho). Qual é a nossa atitude quando nos sentimos que estamos afundando? Aquele que não é de Cristo, valoriza pessoas e circunstâncias com critérios humanos; mas quem vive com Cristo é uma nova criatura, sabendo que Ele morreu e ressuscitou por todos. (2ª leitura).

Quem pode dormir na tempestade, como Jesus? A cena noturna de doze homens debruçados sobre os remos, lutando até ao limite das forças contra a fúria da natureza (tempestade), faz-nos ver a gravidade do momento. Mas seu simbolismo vai além da narração. A tempestade é a imagem das perseguições sofridas pela Igreja e das lutas que cada pessoa tem que travar contra as tentações e as dificuldades. Pequenas e grandes tempestades: preocupações, projetos que não dão certo, dificuldades de relacionamento com os outros, desgraças inesperadas. Pode surgir a dúvida de que Deus se esqueceu de nós; que "Jesus dorme." Então nossa fé começa a vacilar e vem o desespero. Mas podemos nos perguntar: com que olhos vemos os acontecimentos de nossa vida? Com os de fé, com os da mentalidade que nos rodeia ou com os do nosso próprio orgulho? "Cada vez que Cristo adormece no barco da nossa vida, a tempestade se desencadeia com todas as forças do vento." (São Pedro Crisólogo). Não é nossa falta de fé que interpreta a adversidade como uma conspiração de todas as forças naturais e sobrenaturais contra nós? Algumas situações nos chegam com tanta violência que humanamente parecem insuportáveis, mas então com quanta fé oramos como os apóstolos: "Senhor, salva-nos, perecemos"?

Estamos, Definitivamente, Nas Mãos De Deus Onipotente 

A Primeira Leitura de hoje nos fala da tempestade, do poder do mal, das forças da natureza que, por vezes, parecem desencadeadas e não há quem as contenha. Sabemos que o livro de Jó, de onde foi tirado o texto da Primeira Leitura, prova o crente que confia em Deus e o crente não consegue explicar por que uma série de desgraças ocorre no mundo. Jó é aquele tipo de pessoa que o autor do livro escolheu para se surpreender; porque, embora não possamos nem consigamos explicar muitas coisas que acontecem no mundo, no entanto, nosso Deus coloca seus próprios limites sobre a natureza das coisas e sobre a própria natureza humana. Em última análise, podemos dizer e afirmar que nossa vida está nas mãos de Deus, embora alguns queiram pedir-lhe explicações sobre o porquê desses acontecimentos. Por isso, Jó não encontrará outra resposta a não ser aceitar o poder de Deus diante de tudo o que existe. E isso não é para nos oprimir, e sim para saber que, acima de todas as desgraças, nosso Deus nos espera de mãos abertas, pois Ele sempre quer a nossa salvação.

Jesus Cristo Nos Amou Até a Morte Na Cruz

O texto da Segunda Leitura (continuação do texto da Primeira Leitura do Domingo anterior: XI Domingo) é um dos mais belos e persuasivos porque nele são Paulo nos fala do amor de Cristo que foi derramado sobre nós. Os versículos 14-17 são uma reflexão cristológica centrada na “Theologia Crucis” (Teologia da Cruz). São Paulo fala do amor de Cristo que chega até a morte na Cruz por todos nós. A morte na Cruz é a prova máxima do amor de Jesus pela humanidade. É um amor levado a sério até o fim. Usa-se aqui a fórmula tradicional de “um por todos” que é uma metáfora da profundidade substitutiva, que tem muita influência na teologia da redenção. Talvez o mais surpreendente seja a afirmação de que, um morreu, “todos morreram”, quando o que poderíamos esperar é algo assim como “é por isso que todos vivem”. “De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”. A cristologia soteriológica que Paulo nos propõe, apoiada em fórmulas tradicionais de fé, é uma cristologia solidária com a humanidade. 

O Apóstolo Paulo, então, apresenta a morte de Cristo a partir da eficácia do amor como comunhão em sua vida e em sua ressurreição. O amor cristão nos faz unirmos a Cristo e entre nós. O amor cria comunhão. Com isso queremos dizer que a negativa que a morte pode ter para nós já foi assumida por Cristo, e que, desde então, não devemos temer a morte, porque para nós a vitória da sua ressurreição permanece. Falar sobre a morte sempre foi um desafio humano e teológico. Mas Cristo nos garantiu um triunfo por seu amor. Por isso devemos ser homens novos que, mesmo passando pela morte, nunca seremos destruídos ou aniquilados.

É Preciso Ter e Manter a Fé Em Deus Em Todos Os Momentos          

O relato da tempestade acalmada por Jesus, que o Evangelho de hoje nos apresenta, podemos encontrar em todos os três sinóticos, embora cada um narre com algumas diferenças(cf. Mt 8,23-27;Lc 8,22-25).          

Para entender este relato com seus detalhes precisamos ter na mente alguns textos do AT que servem como o pano de fundo do mesmo. O controle sobre o mar e o ato de acalmar  tempestade são sinais característicos do poder divino no AT (Jó 7,12; Sl 73,13[Sl 74,13 na versão hebraica]; 88 [89],8-10; 92[93],3-4; Is 51,9-10). Acalmar uma tempestade no mar é a maior prova da atenção ou do cuidado amoroso de Deus (Sl 106[107],23-32). É digno de notar também que dormir em paz e sem preocupar-se com nenhum problema é um sinal da perfeita confiança em Deus (cf. Pr 3,23-24;Sl 3,6;4,9;Jó 11,18-19). Em particular Jonas 1,4-15 parece ter uma influência particular para formar o relato de Mc 4,35-41.         

No v.35, ao cair da tarde, Jesus toma a iniciativa e marca o final do discurso das parábolas, ordenando aos discípulos para cruzarem o mar da Galiléia com ele: “Vamos para outro lado do mar”. No v. 36, os discípulos levam Jesus no barco. São mencionados também outros barcos e logo somem da história. Na literatura antiga a barca é imagem da comunidade. Jesus convida os discípulos a ir a “outro lado do mar”. “Do outro lado” estão os pagãos, ou o território não- judeu. Jesus convida os discípulos para esse território para que lá possam semear também entre os pagãos a Boa Notícia do Reino, pois o amor de Deus é universal, sem exceção. 

Atravessar, ou “ir para outro lado”, então, significa sair de si mesmo, pensar nos outros e não ficar apenas no nosso lado e na nossa própria salvação. Precisamos ir a “outro lado”. No “outro lado” evangelizamos os outros, e, ao mesmo tempo, seremos evangelizados também. Travessia é, muitas vezes, sinônimo de abertura ao novo e diferente. Mas para que possamos atravessar para “outro lado”, precisamos vencer o” mar” e as “tempestades” de nossa vida. Andar seria impossível. Afundaríamos. Precisamos de algum meio. E o meio para chegar para o “outro lado” para superar o “mar” é “barco”. Porém não é qualquer “barco” e sim o “barco” onde Jesus se encontra também para fazer a mesma viagem.          

No v. 37 fala-se do problema que suscita o milagre de Jesus: uma violenta tempestade agita o mar, a ponto de as ondas caírem dentro do barco. Para o povo da Bíblia, o mar agitado é a imagem da revolta dos povos inimigos que gera caos primitivo (cf. Sl 46,3-4.7; 65,8; 93,3-4). Além disto, tempestade é imagem de incerteza e de sentimento de derrota, daí se eleva a Deus o grito do povo (cf. Sl 18,16-20; 69,2-5.15-16). E somente Deus pode dominar o mar e seu tumulto (Jó 38,7.11). Enquanto isso, Jesus parece ausente, dorme e parece estar completamente alheio à tragédia (v.38a). O sono tranquilo de Jesus simboliza uma confiança total em Deus como foi explicado nos textos do AT acima mencionados.          

Assustados, os discípulos acordam Jesus com uma ríspida pergunta que tem um tom de queixa e de censura: “Mestre, não te importa que pereçamos?” (v.38b). O tom de queixa e de censura pressupõe uma resposta afirmativa (Sim, Jesus se importa).          

No v. 39, Jesus, já desperto, “conjurou o vento e disse ao mar: ’Silêncio. Cala-te!’’. “E houve grande bonança”.  Jesus “conjurou” (grego, epitimesen) o vento. O verbo “conjurar” (epitmao) ou “ameaçar” é usado nos Salmos para falar da ameaça de Deus contra os poderosos impérios deste mundo (cf. Sl 9,6; 68,31;1 06,9; 119,21). E em Mc o verbo “conjurar” é usado muitas vezes para descrever os exorcismos de Jesus (Mc 1,25;3,12;9,25). E o verbo “Calar-te” é usado no primeiro exorcismo por Jesus no qual ele ordena ao demônio: “Cala-te e sai dele!” (Mc 1,25). Por implicação, pelo menos no contexto de Mc, Jesus “exorciza” as forças demoníacas causadoras da turbulência no mar, da mesma forma que as exorciza quando provocam turbulência em pessoas possuídas. A ação de Jesus é descrita com expressões que, no AT, são típicas para falar da ação de Javé (cf. Sl 107,25.29; 65,8;77,17-21;89,10-11;74,13-14;93,3-4;104,6-7.25-26;Is 27,1;51,9-10;Jó 7,12;9,13;26,12). Jesus aqui age como Deus, pois ele não ora a Deus, mas atende à prece dos discípulos e acalma s tempestades.           

No v.40, Jesus faz uma censura aos discípulos sob a forma de dupla pergunta retórica, assim correspondendo e contestando a censura deles que foi também em forma de pergunta retórica (cf. v.38). Em sua censura Jesus pergunta retoricamente: “Por que tendes medo? Ainda não tendes fé?”. Na verdade, a pergunta de Jesus é uma resposta à pergunta dos discípulos. O apavoramento dos discípulos, seu medo, é atribuído por Jesus à falta de fé. O “ainda não” da pergunta de Jesus faz  referência, tanto para trás (passado) como para frente (futuro). Para trás (passado), refere-se à experiência prévia que os discípulos tiveram da poderosa palavra de Jesus demonstrada em ensinamentos e em milagres, uma experiência que deveria ter despertado a fé deles em Jesus, porém não aconteceu. Mas o “ainda não” também antecipa com expectativa algum momento futuro, quando os discípulos terão a fé. A história de milagre transforma-se, então, em uma lição catequética. Jesus exorta aos discípulos que confiem n´Ele em todo momento e circunstância. Somente com a fé é possível manter-se firme diante a aparente ausência de Jesus quando alguma tempestade da vida nos ameaça. A falta de fé impede reconhecer a presença atuante de Deus no cotidiano.           

A manifestação do poder miraculoso de Jesus provoca “grande temor” nos discípulos (v.41). Eles fazem para si mesmos uma pergunta final: “Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?” Os discípulos não conseguiram identificar Jesus com um título ou rótulo claro: “Quem é este?” e no entanto, eles  descrevem Jesus corretamente como o poderoso realizador de milagres que domina os ventos e o mar. Nesse milagre, os discípulos deveriam ver a revelação do Messias (Mc 8,29) e Filho de Deus (Mc 15,39), a única descrição adequada e completa de Jesus (Mc 1,1). No entanto, o milagre gera apenas mais uma pergunta retórica. “Quem é este?” É a pergunta que surge diante da prática de Jesus. Todo o evangelho de Mc caminha nessa direção: Quem é Jesus? Os de dentro (os discípulos) ainda não conseguiram identificar Jesus, e os de fora também ainda não perceberam quem é Jesus.         

“Quem é este?” pode ser também uma pergunta dirigida a nós todos.

Resumindo.... 

Do Medo Para O Temor De Deus   

No início os discípulos se encontraram num medo tremendo diante da tempestade sem piedade: “Senhor, não te importas que nos afundemos?” Foi um grito de desespero. A falta de confiança na ação misteriosa de Deus, que pode vencer os poderes do caos e da morte, provoca o medo que paralisa a prática compromissada com o projeto de vida, deixando assim campo aberto para a ação alienadora e opressora. Até aqui podemos nos perguntar: Quais são poderes que nos causam medo e nos escravizam? O medo dos discípulos e o nosso medo se contrapõe à tranquilidade de Jesus. Ele não tem medo de estar no meio das forças que aprisionam e alienam as pessoas. Ele confia na presença vitoriosa do Pai, do qual ele é o enviado. Com palavras de ordem que acalmam a tempestade, Jesus mostra que os poderes que causam medo e por isso escravizam, estão sob seu domínio. Agora é Jesus que repreende os discípulos: “Por que vocês são tão medrosos ? Vocês ainda não têm fé?”      

Depois destas palavras os discípulos ficam “muito cheios de medo”. É um medo diferente do anterior. Antes eles temiam que as forças ameaçadoras, as forças da morte não pudessem ser vencidas, por isso ficavam paralisadas e impotentes diante delas. Agora o medo os atinge ao perceberem tais forças vencidas. Esse medo é o temor reverencial diante do mistério da força e do poder de Deus. Esse temor de Deus indica a aceitação da impossibilidade humana de vencer forças poderosas de morte e ao mesmo tempo o reconhecimento de que só Deus pode superá-las.      

Essa experiência leva os discípulos a perguntarem: “Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?” Esta pergunta abre caminho para descobrir Jesus como alguém que traz consigo o poder de Deus para preservar a vida diante das forças que ameaçam a vida. O medo dos discípulos cede lugar à fé; o milagre faz progredir os discípulos na descoberta da pessoa de Jesus. A fé dos discípulos começa a crescer embora de maneira ainda vaga e insuficiente.

Com Jesus Tudo É Possível       

Há momentos durante os quais nos sentimos sós e incapazes de reagir diante da maldade e dos dramas da vida. Isto acontece, por exemplo, quando surgem graves problemas na família(infidelidade do marido ou da mulher, mau comportamento dos filhos, doenças, dificuldades econômicas etc.) ou então, quando nos desentendemos com os irmãos da comunidade, quando se espalham maledicências, calúnias, quando surgem incompreensões. Nessas horas nos perguntamos: Onde está Deus ? Por que não intervém ? Por que não mostra o seu poder? Por que não faz justiça ? O seu silêncio nos desconcerta e nos incute medo.       

No Evangelho de hoje Jesus nos convida a um ato de fé nele. Talvez seja necessário que estejamos numa barquinha agitada pelo vento para que percebamos a presença de Deus. Há cristãos que só pensam em Deus quando ficam doentes, quando atingidos por alguma desdita(falta de sorte). Só então rezam com toda a devoção e pedem a Deus para que ele venha socorrê-los. Quando tudo corre bem o ser humano corre o risco de se tornar autossuficiente. É a pedagogia da provação.       

A partir do momento em que os discípulos souberam que Jesus estava com eles na mesma barca, a paz entrou novamente no coração deles. Isto quer nos dizer que viajar com Jesus nesta vida é viajar em paz embora estejamos no meio de tempestade de vida. Esta verdade não só aconteceu na época dos discípulos mas pode acontecer também no nosso tempo. No mundo qualquer um de nós pode encontrar o poder de Deus em Jesus Cristo. Esta fé faz a descoberta do novo rosto de Deus que intervém para libertar. Na presença de Jesus nós podemos ter paz embora estejamos diante ou no meio da tempestade.

·      Ele nos dá paz na tempestade de tristeza. Quando tristeza vem, Jesus nos fala da glória da vida que vem com ele. Ele transforma a escuridão de morte em vida sem fim. Na tristeza ele fala da glória do amor de Deus. 

·      Ele nos dá paz quando problema de vida nos envolve numa tempestade de dúvida, de tensão e de incerteza e não sabemos o que fazer; quando estivermos numa encruzilhada na vida e não sabemos qual caminho devemos tomar. Quando voltarmos para Jesus e dissermos a ele: “Senhor, a sua vontade que tenho que seguir” o nosso caminho voltará a ser claro. O caminho para chegar a paz é perguntar a vontade dele e se submeter a essa vontade. Por maiores que sejam as forças caóticas, Jesus terá poder de subjugá-las. Por isso, podemos contar sempre com a presença do Senhor Jesus Cristo. Nada é suficientemente forte que não possa ser dominado por ele.

·      Ele nos dá paz na tempestade de preocupação. O maior inimigo de paz é preocupação: preocupação sobre nós mesmos, sobre o futuro incerto, sobre aqueles a quem amamos. Mas Jesus nos fala de um Pai cuja mão nunca vai causar as lágrimas desnecessárias. No meio de preocupação ele nos traz a paz do amor de Deus.

Tudo isso quer nos dizer que a fé e a esperança cristãs não decepcionam, porque se Deus está conosco, quem poderá estar contra nós? Em tudo sairemos vitoriosos por Aquele que nos amou e nada poderá nos separar do amor de Deus manifestado em Cristo Jesus (cf. Rm 8,31-39). O amor de Deus manifestado em Cristo traz consigo a urgência cristã do novo, a base mais sólida de uma resposta de fé e de amor a outro amor que nos precedeu e nos acompanha em todo momento e situação por delicada e inclusive desesperada que nos possa parecer.    

Portanto, diremos, então, com toda confiança: Creio em Ti, Senhor, mas aumentai a minha fé. Contigo poderei atravessar o mar desta vida com sua calmaria e tempestades de cada dia. Assim seja !

P. Vitus Gustama,SVD


VAMOS REFLETIR MAIS

TEMPESTADE ACALMADA POR JESUS
                   Mc 4,35-41

1.  "Os discípulos levaram Jesus consigo na barca".(Mc 4,36)

Não nos esqueçamos de levar Jesus conosco para onde formos. Pois com Ele, a vitória estará certa no meio das tempestades desta vida.

2. "Mestre, estamos perecendo e Tu, não te importas?" (Mc 4,38).

Não nos esqueçamos de acordar e sacudir nossa fé adormecida através de nossa oração cheia de fé diariamente. O Senhor não está dormindo, muito menos está ausente. A nossa fé é que está adormecida.

3. "Disse Jesus: 'Vamos para outra margem" (Mc 4,35).

Não nos esqueçamos dos outros irmãos que se encontram em outra margem ou que estão marginalizados ou estão sendo marginalizados. Precisamos levar Jesus para eles mesmo que tenhamos que encarar as tempestades no meio do caminho. Mas estando com Jesus e mantendo nossa fé n'Ele, atravessaremos as tempestades de nossa missão seguramente.

4. "Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" (Mc 4,40).

Em nossa busca por novos sentidos, por novas emoções e por novos empreendimentos (para outra margem), nos defrontaremos com situações e experiências(tempestades) destinadas a favorecer nosso crescimento espiritual. Os anseios de mapear territórios desconhecidos, de viajar por trilhas ainda não abertas(outra margem) partem da fonte interior de verdade e conhecimento que sutil e graciosamente guia nossos rumos e movimentos.

5. A impressão que se tem, para não dizer que é verdade de que, por mais estranho que possa parecer, são as pessoas de mais arraigada fé é que são mais capacitadas a viver firmemente o momento presente. A fé é tudo que temos como criaturas amadas de Deus.

Rio de Janeiro,20 de junho de 2021
Pe. Vitus Gustama, SVD


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