SER FELIZ NO CRITÉRIO DE
JESUS
Segunda-feira da X
Semana Comum
10 de Junho de 2013
Texto de Leitura: Mt 5,1-12
Naquele tempo: 1 Vendo Jesus as
multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2 e Jesus
começou a ensiná-los: 3 “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é
o Reino dos Céus. 4 Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6 Bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7 Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8 Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus. 9 Bem-aventurados os que promovem a paz, porque
serão chamados filhos de Deus. 10 Bem-aventurados os que são perseguidos por
causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11 Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo tipo de mal
contra vós, por causa de mim. 12 Alegrai-vos e exultai, porque será grande a
vossa recompensa nos céus. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram
antes de vós.
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O texto lido no evangelho de hoje é
o início do Sermão da Montanha (Mt 5-7). No texto de hoje Jesus declara felizes
determinada categoria de homens. Quais são pessoas declaradas felizes por Jesus
e por quê?
Jesus declara felizes àqueles que
mantêm viva a confiança em Deus apesar de serem indefesos, oprimidos,
marginalizados e perseguidos por causa do bem praticado e do amor vivido até o
fim.
Os felizes são os que têm coração
pobre, um coração centrado em Deus e que se traduz no amor ao próximo e que
rejeitam toda espécie de idolatria. Os pobres em espírito são aqueles se
submetem interiormente, sem resistência à vontade de Deus. O espírito de
humilde submissão à vontade de Deus, nasce da fé inabalável na soberania e na
misericórdia de Deus e que se traduz em atitudes e condutas de bondade e de
mansidão, de misericórdia e de compaixão, de tolerância e de compreensão na
convivência com os outros.
Os felizes são os mansos que por
não responderem à violência com violência, mas que estão prontos a perdoar.
Jesus declara felizes não os que são mansos por temperamento, mas os que,
apesar de não disporem de meios para fazer valer seus direitos, não são
violentos nem agressivos, mas pacientes e indulgentes. Eles acreditam que a
vida baseada no princípio “olho por olho” só resulta na cegueira, e na cegueira
nada se vê. Só escuridão.
Os felizes são os indefesos que não
têm como defender seus direitos por falta de recursos, mas que esperam somente
a intervenção divina. Os felizes são os que não pactuam com a maldade, com a
divisão, com a malícia, nem se deixam levar pela lógica da dominação e do
autoritarismo.
Os felizes são os que têm um
coração cheio de misericórdia para com os semelhantes. Um misericordioso é
aquele que é capaz de amar até a pessoa que não merece ser amada do ponto de
vista humano. Mas por acreditar na misericórdia de Deus, ele sempre quer o bem
da mesma.
Os felizes são os promotores da paz
que procuram criar laços de amizade e banir toda espécie de ódio, ajudar a
superar as divisões para que mundo seja cada vez mais fraterno, e mais humano.
Santo Agostinho dizia: “ Não basta ser pacífico. É necessário ser promotor da
paz. Quem são os pacíficos? Não os pacifistas, mas os promotores da paz. Não
basta estar disposto a perdoar ou ignorar os inimigos, é preciso amá-los e ter
compaixão por eles. Não odeias aos cegos, mesmo que ames a luz. Da mesma forma,
deves amar a paz sem odiar os que fazem guerra”.
Os felizes são os perseguidos por
causa da justiça, por causa do bem que fazem, por viverem retamente. Quem
sempre faz o bem, muitas vezes acaba sendo perseguido e crucificado como Jesus.
Mas ele é feliz, pois até o fim ele é capaz de dizer sim para o bem e dizer não
para o mal. Quem pára de crescer neste espírito das bem-aventuranças, começa a
morrer.
Portanto, as bem-aventuranças são
uma proclamação de amizade de Deus para as pessoas que participaram do espírito
dessas bem-aventuranças e são um programa da vida de cada cristão (vocação á
felicidade é para todos), e também são uma celebração da felicidade como dom ou
graça presente, como uma realidade já presente e não apenas como algo depois da
morte ou uma recompensa futura pela carência na terra. Se entendêssemos as
bem-aventuranças somente como uma compensação para depois da morte, elas seriam
“ópio do povo”. Em outras palavras, somos felizes já na medida em que
pertencemos a Deus no presente que se traduz na vivência da fraternidade
universal. Então, também o futuro de Deus nos pertence. A partir daí, o céu é a
experiência de compartilhar a alegria, a paz e o amor de Deus na plena
capacidade humana e vivida entre os homens.
P. Vitus Gustama,svd
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