VIVER NA SINCERIDADE E NA VERACIDADE CRISTÃS
Sábado da X Semana Comum
15 de Junho de 2013
Texto de Leitura: Mt 5,33-37
Naquele tempo, disse Jesus aos seus
discípulos: 33 “Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás
falso, mas cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. 34 Eu, porém,
vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35
nem pela terra, porque é o suporte onde apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque
é a cidade do Grande Rei. 36 Não jures tampouco pela tua cabeça, porque
tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 37 Seja o vosso
‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”.
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No evangelho de hoje o evangelista
Mateus nos apresenta outra antítese. Desta vez é sobre o juramento. Era recomendado
o cumprimento, com fidelidade, dos juramentos e dos votos que a Lei exigia (Lv
19,12; Ex 20,7; Nm 30,3; Dt 23,22; Sl 50,4).
Jesus propõe a exclusão de qualquer
tipo de juramento: “Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum”. Com o
juramento a pessoa abusava, em certa forma, da autoridade de Deus. Era como
querer desculpar a deficiência da veracidade das próprias palavras e
compromissos com a intervenção de Deus. O juramento se praticava na sociedade
pela falta de sinceridade entre os homens.
Na comunidade cristã, onde a
sinceridade é regra (Mt 5,8: limpos de coração), o juramento é supérfluo; e
mais, seria sinal de corrupção das relações humanas. A falta de sinceridade
nasce da ambição, da mentira, da incoerência, da duplicidade e assim por diante.
Os cristãos, discípulos de Jesus,
devem expressar-se através de uma linguagem sincera e coerente, sem nenhuma
necessidade de recorrer a nenhum outro meio para demonstrar a veracidade de sua
afirmação. “Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que
for além disso vem do Maligno”. O juramento é substituído pela transparência
e a simplicidade ou lhaneza da linguagem. A palavra do cristão deve ser sim,
quando é sim; e não, quando é não. Trata-se de uma linguagem veraz, seria e
sincera, pois “Tudo o que for além disso vem do Maligno”. Do maligno vem a mentira, as palavras insinceras,
a linguagem dupla e incoerente.
Com as palavras do Evangelho de
hoje Jesus convida o cristão a dar um passo adiante na sinceridade: “Seja o
vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do
maligno”. A mentira e o dolo são incompatíveis com o proceder do cristão. Quem
recorre a expediente deste tipo, renega sua adesão ao Senhor.
Outro objetivo da proibição de
Jesus é evitar a vulgarização de Deus. O juramento falso infringe o mandamento
que proíbe usar em vão do nome de Deus. O cristão autêntico não tem
necessidade, a cada passo, lançar mão deste recurso para que se acredite em sua
palavra. O sim do cristão é sim e o não é não.
Não lhe interessa enganar. Tudo quanto é dito fora destes limites não vem de
Deus. Por isso, tem de ser evitado. Enganar os outros significa deturpar o
sinal da palavra, torná-la sinal de divisão e confusão, em lugar de comunhão e
limpidez.
Ser verdadeiro no falar é uma forma
de imitar o modo de ser de Deus. A religião de Israel era toda baseada na
palavra de Deus. Seria impossível imaginar que Deus quisesse se enganar o seu
povo. Do mesmo modo, seria inimaginável que o cristão abusasse da boa-fé de seu
próximo.
Que o Senhor Jesus nos dê a graça
da sinceridade e da transparência, para que sejamos honestos no relacionamento
com o nosso próximo e com o próprio Deus.
P. Vitus Gustama,svd
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