sexta-feira, 14 de junho de 2013

VIVER NA SINCERIDADE E NA VERACIDADE CRISTÃS
 
Sábado da X Semana Comum
15 de Junho de 2013
 
Texto de Leitura: Mt 5,33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33 “Vós ou­vistes o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso, mas cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. 34 Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o suporte onde apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. 36 Não jures tampouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 37 Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”.
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No evangelho de hoje o evangelista Mateus nos apresenta outra antítese. Desta vez é sobre o juramento. Era recomendado o cumprimento, com fidelidade, dos juramentos e dos votos que a Lei exigia (Lv 19,12; Ex 20,7; Nm 30,3; Dt 23,22; Sl 50,4).


Jesus propõe a exclusão de qualquer tipo de juramento: “Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum”. Com o juramento a pessoa abusava, em certa forma, da autoridade de Deus. Era como querer desculpar a deficiência da veracidade das próprias palavras e compromissos com a intervenção de Deus. O juramento se praticava na sociedade pela falta de sinceridade entre os homens.


Na comunidade cristã, onde a sinceridade é regra (Mt 5,8: limpos de coração), o juramento é supérfluo; e mais, seria sinal de corrupção das relações humanas. A falta de sinceridade nasce da ambição, da mentira, da incoerência, da duplicidade e assim por diante.


Os cristãos, discípulos de Jesus, devem expressar-se através de uma linguagem sincera e coerente, sem nenhuma necessidade de recorrer a nenhum outro meio para demonstrar a veracidade de sua afirmação. “Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno”. O juramento é substituído pela transparência e a simplicidade ou lhaneza da linguagem. A palavra do cristão deve ser sim, quando é sim; e não, quando é não. Trata-se de uma linguagem veraz, seria e sincera, pois “Tudo o que for além disso vem do Maligno”.  Do maligno vem a mentira, as palavras insinceras, a linguagem dupla e incoerente.


Com as palavras do Evangelho de hoje Jesus convida o cristão a dar um passo adiante na sinceridade: “Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do maligno”. A mentira e o dolo são incompatíveis com o proceder do cristão. Quem recorre a expediente deste tipo, renega sua adesão ao Senhor.
 

Outro objetivo da proibição de Jesus é evitar a vulgarização de Deus. O juramento falso infringe o mandamento que proíbe usar em vão do nome de Deus. O cristão autêntico não tem necessidade, a cada passo, lançar mão deste recurso para que se acredite em sua palavra. O sim do cristão é sim e o não é não. Não lhe interessa enganar. Tudo quanto é dito fora destes limites não vem de Deus. Por isso, tem de ser evitado. Enganar os outros significa deturpar o sinal da palavra, torná-la sinal de divisão e confusão, em lugar de comunhão e limpidez.
    

Ser verdadeiro no falar é uma forma de imitar o modo de ser de Deus. A religião de Israel era toda baseada na palavra de Deus. Seria impossível imaginar que Deus quisesse se enganar o seu povo. Do mesmo modo, seria inimaginável que o cristão abusasse da boa-fé de seu próximo.


Que o Senhor Jesus nos dê a graça da sinceridade e da transparência, para que sejamos honestos no relacionamento com o nosso próximo e com o próprio Deus.

P. Vitus Gustama,svd

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