01 de junho
São Justino é o mais célebre e o maior de todos os filósofos cristãos do século II. Era um homem que tinha nobreza de caráter e o gosto pela exatidão histórica. Justino foi um leigo intelectual que buscava a verdade: “Atos e não palavras!”, dizia ele. Ele procurava a verdade para vivê-la. Tendo ingressado no cristianismo por volta do ano 130, afirmou ter encontrado no cristianismo a única filosofia segura que satisfazia todos os seus anseios. Em outras palavras, ele encontrou a verdade no cristianismo, a verdade que o libertou de outras filosofias. Cumpriu-se aquilo que Jesus tinha dito: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis meus verdadeiros discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32).
Para Justino, o cristianismo não é, antes de tudo, uma doutrina e sim uma pessoa: O Verbo de Deus encarnado e crucificado em Jesus Cristo. Por isso, Justino dizia: “A nossa doutrina (cristã) supera qualquer doutrina humana, porque nela temos o inteiro Verbo (de Deus)”. Por isso, “toda verdade, afirmada em qualquer povo, pertence a nós cristãos”, acrescentou Justino.
Um dia, retirando-se à solidão, Justino passeava pela areia à beira mar para meditar sobre a visão de Deus. na sua meditação, ele disse que a alma humana não podia atingir a Deus com seus próprios recursos; somente o cristianismo era a filosofia verdadeira que apresentava conclusões para todas a verdades parciais.
Por ser um famoso filósofo com nobre caráter, ele era respeitado. Mas um filosofo invejoso e cínico chamado Crescêncio denunciou Justino covardemente diante do imperador Marco Aurélio. “A inveja é a tristeza pelo bem alheio”, dizia Santo Thomas de Aquino. Diante do imperador, para Justino foi lançada a seguinte pergunta: “A que ciência te dedicas?”. Justino respondeu: “Estudei sucessivamente todas as ciências. Acabei por apegar-me à doutrina verdadeira dos cristãos”. Por causa disso, ele foi flagelado e sofreu a pena capital. Ele morreu em torno do ano 165 como mártir.
Justino foi uma mistura perfeita da intelectualidade com a espiritualidade. Meditava profundamente a doutrina cristã e se apegava a ela até a morte. Ele nos ensina a vivermos e praticarmos nossa intelectualidade sempre dentro do Espírito de Deus. É a intelectualidade conduzida para a salvação. A intelectualidade dentro da espiritualidade nos faz viver na sabedoria. Todo sábio é inteligente, pois para ser sábio tem que ser inteligente, mas nem sempre todo inteligente é sábio. O sábio não solta qualquer palavra sem pensar. Como diz a sabedoria indiana: “Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores que o silêncio. E "O sábio estima todos porque sabe ver o bom de cada um e sabe o que custa fazer bem as coisas. O tolo despreza todos porque não conhece o bom e escolhe o pior”, dizia um escritor (Baltasar Gracián). “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”. (Sócrates)
Vitus Gustama, SVD
“Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar”. (Francis Bacon)
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