Jo 17, 20-26
“Que todos sejam um , como tu , Pai , estás em mim , e eu em ti. Que eles estejam em nós , a fim de que o mundo creia que tu me enviaste... Eu lhes fiz conhecer o teu nome , e o farei conhecer ainda , para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles” (Jo 17,21.26).
O texto do evangelho deste dia é a última parte do discurso de Jesus Cristo depois da Última Ceia (discurso da despedida ). O Senhor volta a enfatizar a importância da unidade . Enquanto o mundo incita o homem para a autonomia , Cristo vem dar testemunho de uma vida vivida na dependência e na abertura diante de Deus .
O evangelista põe como o fundamento da unidade entre os cristãos a unidade que existe entre o Pai e o Filho . A unidade entre Jesus e seu Pai é o protótipo mais profundo e misterioso da unidade . Por esta razão , a unidade dos cristãos entre si é o sinal vivo da unidade de Cristo com seu Pai . A unidade é a expressão e a prova mais evidente do amor . Quem estiver unido com Cristo que está unido ao Pai , jamais será causador da desunião e divisão entre os cristãos ou entre as pessoas ; ele buscará sempre a reconciliação. A comunhão com Cristo é impossível sem a vivência do amor fraterno . Assim como o amor fraterno cria unidade , assim também a comunhão com Jesus deve criar a comunhão entre os cristãos .
A união e a unidade entre os seguidores de Cristo é uma tarefa inacabada , uma assinatura sempre pendente , tanto dentro da Igreja , dentro da comunidade como fora dela, em suas relações com os demais homens . Na Eucaristia invocamos duas vezes ao Espírito Santo para que tenha a unidade entre os cristãos . A primeira , sobre os dons do pão e do vinho para que ele os converta para nós no Corpo e no Sangue de Cristo . A segunda invocação é sobre a comunidade . O que se pede na segunda invocação é que todos os participantes formem um só corpo e um só espírito . Por isso , reza-se desta maneira , por exemplo : “Nós vos suplicamos que , participando do Corpo e do Sangue de Cristo , sejamos reunidos pelo Espírito Santo num só corpo ” (II Oração Eucarística). O fruto da Eucaristia é e deve ser a unidade . Sem este fruto , talvez participemos da eucaristia somente de modo automático . Devemos sair de cada celebração eucarística mais unidos como o próprio Senhor o quer : “Que todos sejam um , como tu , Pai , estás em mim , e eu em ti”.
Reflitamos o que dizia Santo Agostinho:
- Quem abandona a unidade faz-se desertor da caridade . E se deserta da caridade , mesmo que possua tudo o mais , se reduz a nada . Em vão se possuem todas as coisas quando o único que interessa não se possui (Serm. 88,18,21).
- A soberba gera divisão . A caridade , a comunhão (Serm. 46,18).
- Todo homem é próximo do homem . E não se deve pensar em diferenças onde a natureza é comum (In ps. 118,8,2).
-Quanto menos vale um homem tanto mais ele busca fazer-se valer diante dos demais e de si mesmo (Epist. 22,3,7).
Vitus Gustama, SVD
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