I. Sobre o Texto
O texto
Jo 13,1-15 faz parte do discurso da despedida
de Jesus (Jo 13,1-17,26). Na realidade , o discurso de despedida
se encontra apenas
nos capítulos
13,31-14,31. A continuação lógica de Jo 14,31 encontramos em
Jo 18,1, no relato da paixão . Jo 15-17(três capítulos )
havia sido introduzido neste espaço aberto por
evangelista-redator para incluir
no evangelho o material
precioso que até agora não tem encaixado dentro
do esquema do evangelista .
O texto
começa com
esta frase : “Antes da festa
da Páscoa , sabendo Jesus que chegara a sua
hora de passar
deste mundo para
o Pai , tendo amado
os seus que
estavam no mundo , amou-os até o fim ”.
Este primeiro
versículo do capítulo
13 é muito solene ;
e é uma abertura
e uma espécie de síntese
de toda a segunda
parte do Evangelho
de João(Jo 13,1-20,29). Fala-se neste versículo
a chegada da hora
de Jesus que vinha
sendo preparado passo
a passo na parte
anterior (Jo 2,4;7,6.30;8,20;9,3-5;12,23).
Fala-se também
da pasço a(passagem ). A páscoa
do Senhor se caracteriza pelo
amor : “Ele , que tinha
amado os seus
que estavam no mundo ,
amou-os até o fim ”.
Jesus vai passar ao Pai (páscoa , passagem ).
É uma passagem nova
e diferente . Mas
para chegar ao Pai ele tem que passar pela cruz onde ele se entrega para dar
a vida ao homem
por amor .
O seu amor
se expressa no máximo
grau dando a vida
por seus
amigos (Jo 15,13). Por
isso , Jo usa
o termo ágape , aqui , quando se
fala do amor .
Ágape é o amor
divino cujas características
são estas: gratuita ,
total , imutável
e definitiva . Estas características
nos mostram que
Jesus está totalmente com Deus , a ponto de ele amar como Deus ama . Jesus
ama sem
medida . Um
ser humano que ama desta maneira significa que
ele foi modelado por
Deus de amor .
Este é a última
etapa passada
por Jesus. O que
vem a seguir é explicação
e aprofundamento do que significa “ amar até o fim ”.
Jesus quer
que façamos esta páscoa (passagem). É
uma passagem , na linguagem
de São Paulo, do homem
velho ao homem
novo , do fermento
da malícia aos pães
não fermentados de pureza
e de verdade (cf. 1Cor
5,8). Esta passagem é um modo de viver a um outro , do viver para o mundo e conforme o mundo ,
ao viver para o Pai . É uma passagem
do “eu ” para Deus e do “eu ” para o outro . A páscoa é caminhar em direção de Deus . É deixar-nos iluminar
pela luz
de Deus e expor
nossa vida
ao Seu Julgamento
e ao seu perdão .
É preciso abrirmos “as janelas ” de nosso
coração para deixar a luz divina entrar nele. Por isso , é uma
passagem à liberdade
e à alegria . Se formos sinceros , somos ainda
escravos de tantas coisas .
E Deus nos
convida a sairmos de tudo isto . Isto se chama a páscoa ,
uma passagem . Como
é bom ser livre !
A expressão
“os seus ” é característica
nesta passagem . Ela
indica a intensidade do amor , a predileção
e a pertença a Cristo .
Esta expressão é unida a outra : “que
estavam no mundo ” para
sublinhar a situação
de solidão , de perseguição e de estranheza dos discípulos
no mundo . A relação
“discípulo-mundo” aparece com freqüência nos capítulos 13-17. A expressão
“até o fim ”
(eis telos), que significa duplamente :
“total , absolutamente ”
e “até o último
momento da vida ,
até a plenitude
ou no mais
alto grau ”,
prepara a exclamação
de Jesus na cruz : “Está consumado ”(Jo 19,30; 19,28). Jesus ama sem medida . Em Jo
15,13 se apresenta a morte voluntária
como a expressão
suprema do amor :
“Ninguém tem maior
amor do que
aquele que
dá a vida por
seus amigos ”.
O evangelho
não diz quem
foi o primeiro a ter os
pés lavados. Isso
é sinal de que
Jesus não privilegia ninguém . Todos
recebem seu amor-serviço de modo igual e imparcial , inclusive o traidor , Judas .
Simão Pedro reage com energia . Ele viu no gesto
de Jesus lavar os pés
um mero
gesto de humilhação ;
Jesus, porém , a dedicação
da própria vida .
Ele continua acreditando que é muito normal que numa
comunidade alguns
sejam senhores e outros
sejam servos , os primeiros
cheios de direitos
e privilégios e os segundos
cheios de deveres .
Ele crê piamente
numa sociedade de desiguais .
Por isso ,
ele representa aquelas que seguem a Jesus mas
ainda não
se encontraram.
No diálogo
com Pedro, Jesus afirma: “Também
vós estais limpos ,
mas não
todos ”(v.10b). Jesus está falando do
traidor (Judas ).
Por isso ,
é bom ler o
v.21 logo depois
do v.11 para ver sua seqüência lógica . Cristo não exclui o traidor
do benefício do rito
do lava-pés . Todavia ,
o rito não
terá para ele
nenhuma utilidade . Mas
mesmo diante
daquele que o trairá, o Senhor
se abaixa . Ao dizer
”nem todos
estão limpos ” Jesus se refere à pureza que
nasce do coração da acolhida à Palavra e que
cresce na fé . No relato mais adiante ,
Jesus identificará o traidor com estas palavras : “É aquele
a quem eu
der pão que
vou umedecer no molho ”(Jo
13,26). O ato de Jesus de oferecer
o pão umedecido no molho
a Judas é o sinal
de carinho especial .
Isto quer
dizer que até o traidor
Jesus ama até
as últimas conseqüências , de maneira extraordinária
e quer sua
salvação. Mas Deus
continua respeitando a liberdade de escolha do homem .
Deus sempre
provoca as pessoas à tomada de decisão .
A única coisa
que Deus
faz é oferecer o seu
amor ao ser humano até o fim , pois “Deus é amor ”(1Jo
4,8.16). E infelizmente , Judas não
aceita esta oferta de amor . É duro não querer ser
amado . É incompreensível
não querer aceitar o carinho . Aquele que é capaz de receber amor do Outro e
dos outros , é capaz
também amar
os outros .
A toalha
ou o avental
é o símbolo do serviço
ao irmão . O serviço
ao irmão é o distintivo
que o cristão
jamais pode depor ,
deve vesti-lo vinte quatro horas por dia , pois a todo
momento pode haver
um irmão
que precisa
dele e ele deve estar
sempre pronto
a prestar-lhe o seu serviço .
Se não aceita gastar
a vida no humilde
serviço aos necessitados, nada tem em comum com
Jesus: “Dei-vos o exemplo ,
para que
façais a mesma coisa
que eu
fiz”(v.15). É um indicativo e um
imperativo ao mesmo
tempo . O que
devemos fazer (imperativo )
está fundado sobre
algo que
nos foi dado
por Cristo (indicativo ), algo
que é anterior
à nossa obrigação .
Antes da obrigação
moral vem o dom
de Deus em
Jesus. Importa “deixar lavar
os pés (ser salvo ) por
Jesus, mas devemos também
“lavar os pés
uns dos outros ”(serviço
fraterno ). Jesus amou primeiro (cf.
1Jo 4,10.19), mas a partir
daí é nossa vez .
Continuar as ações
de Cristo não
é repetir ritos
mas atitudes :
amor e serviço .
O amor sincero
e o serviço alegre ,
ao estilo de Jesus, há de ser
o modo de presença
de cada cristão
neste mundo .
O serviço
pode ser animado pelo amor devotado(o dos pais pelos filhos). Mas muitas vezes
esse mesmo amor pode ser corrompido pela vontade de poder que se aninha no
coração do homem, tornando-se o serviço prestado uma maneira de levar o outro a
depender da pessoa em questão. Não podemos esquecer que a morte de Jesus é um
grande dom para nós porque nos liberta. Só quando tivermos assimilado esse fato
de esvaziamento de Deus para nós, seremos capazes de “lavar os pés” uns aos
outros sem nos tornarmos importantes ou impormos nossa “caridade”. Imitar Jesus
é imitar Deus que se esvazia por nós.
De que modo podemos traduzir em
gestos concretos o lava-pés na nossa vida cotidiana e o amar até o fim ? Não poderemos exercer o amor até o fim , se nosso coração não estiver despojado.
II. Quinta-feira Santa é o Dia
da instituição da Eucaristia
“A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não
como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por
excelência, porque dom d'Ele mesmo, da sua Pessoa na humanidade sagrada, e também
da sua obra de salvação. Esta não fica circunscrita no passado, pois « tudo o
que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da
eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente”
(João Paulo II: Carta Encíclica Ecclesia De
Eucharistia, no. 11b).
“A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime
apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do
mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a
realização incessante desta promessa: « Eu estarei sempre convosco, até ao fim
do mundo » (Mt 28, 20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do
vinho no corpo e no sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade
sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a
sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os
seus dias, enchendo-os de consoladora esperança” (idem no.1).
Neste dia
celebramos também o dia
da instituição da eucaristia .
Em Jo não
se fala da instituição
da eucaristia . No lugar
disto, ele coloca um
discurso longo
sobre o Pão
da vida (veja Jo 6).
Os relatos da Instituição
da Ceia chegaram até
nós segundo
quatro recensões
diferentes : a de Mt 26,26-28, a de Mc 14,22-24, a de Lc 22,19-20 e a de
Paulo em 1Cor
11,23-25. Não analisaremos estes textos .
Tiraremos apenas algumas mensagens da Instituição
da Ceia ou
a importância da Eucaristia
na nossa vida
como cristãos .
Cada um
pode tirar outras mensagens
que não
se encontraram nesta reflexão . Assim nos
enriquecemos uns aos outros .
2.1. A eucaristia é uma refeição compartilhada e antecipação do banquete
celeste
“Nenhum dos outros sacramentos instituídos por
Cristo supera a este em virtude e excelência. Os outros conferem a graça, mas
este contém o próprio Autor da graça, é origem e fim dos outros; como
esplendoroso sol do meio-dia em torno do qual giram e são iluminados os outros
satélites”
(Paulo VI: Carta ao Cardeal Landázuri).
A refeição
sempre foi e ainda
é um momento
importante na vida
de qualquer família .
Comer juntos
significa repartir os dons ,
as alegrias e os sofrimentos. É o momento sagrado ,
principalmente para
o mundo oriental .
Convidar alguém
para almoçar ou jantar é sinal de hospitalidade
e de amizade , pois
ninguém convida qualquer
pessoa para um almoço ou jantar na família . Para o mundo oriental , convidar alguém para a própria mesa é sinal de
paz , de confiança ,
de fraternidade , de perdão (cf.
alguns exemplos :
Gn 26,30s;31,54;2Rs 25,27-29;Jr 52,31-33).
Jesus certamente
instituiu a eucaristia dentro de uma refeição , a ceia . Na ceia
Jesus não somente
oferece alimento , mas
deu-se como comida
e bebida sagradas: seu
Corpo e Sangue .
Sabemos que a vida
é uma caminhada para
a casa do Pai
onde participaremos do banquete do Reino
eternamente (cf. Lumen Gentium VII, 48-50; SC 8). Se a nossa
vida é uma peregrinação
rumo à casa
do Pai , necessitamos de duas coisas : o caminho
e o alimento . Jesus certamente
é o Caminho (Jo 14,6). Ele se faz o caminho
para que não fiquemos perdidos no mundo
cheio de outros
caminhos que
nos levam à perdição .
Além do caminho ,
para que
possamos chegar à casa
do Pai nesta peregrinação
precisamos também de alimento .
Quem quiser andar
longe com
força necessária ,
precisa ter
alimento suficiente
para não morrer de fome no meio do caminho .
Jesus sabe disto e por isso ele se faz
alimento para todos os peregrinos
desta vida : “Tomam e comam, isto é o meu corpo que é dado por vocês ” (Mt
26,26;Lc 22,19). Com Jesus que é o Caminho
e o alimento chegaremos até
a casa do Pai .
O significado fundamental da Eucaristia
é muito claro: ela é o sacramento de a vida compartilhada, isto
é, a Eucaristia é o símbolo sacramental que expressa e produz a solidariedade
com a vida que Jesus levou (“Tomai todos e comei. Isto é o meu Corpo; Tomai
todos e bebei. Ito é o meu Sangue”); e a solidariedade também entre os
fieis que participam do mesmo sacramento e a solidariedade com os demais irmãos
fora dessa comunhão (amor sem fronteiras).
O mais importante no dom da
partilha não é o ato de dar e de partilhar e sim o doar-se. Não é somente dar o
que é meu, mas dar-me a mim mesmo (“Corpo e Sangue”). É dar, doando-se; é
converter-se em dom que se doa; é oferecer-se a si mesmo na oferenda. Quando o
dom envolve e compromete o doador, chega à sua máxima verdade de dom.
Já que a Eucaristia é um sacramento
da vida compartilhada, conseqüentemente, não há mais lugar para a
indiferença, nem para o egoísmo, nem para a objetivação, nem para o
individualismo, nem para o ódio, nem para vingança (cf. Mt 5,23-24), nem para
disputas para saber quem é melhor e maior. A melhor oferenda a Deus é o próprio
oferecimento de si mesmo ao irmão. Os outros necessitam de nossos bens, mas,
sem duvida nenhuma, necessitam muito mais de nosso amor, de nossa compaixão, de
nossa solidariedade, de nossa compreensão... Se por trás de uma oferenda está a
atitude de amor, então a nossa oferenda se torna autêntica. Oferecer-se a si
mesmo é colocar diante de Deus, com simplicidade, o que somos e o que temos:
nossas alegrias e nossas dores, nossos desejos e nossas esperanças, nossas
lutas e nossos fracassos juntamente aos outros irmãos.
De tudo que foi Dito percebemos que
o significado fundamental da Eucaristia está em relação à comida compartilhada.
Compartilhar a mesma comida é compartilhar a mesma vida. Como na Eucaristia a
comida é Jesus (Tomai todos e comei. Isto é o meu Corpo. Tomai todos e
bebei. Isto é o meu Sangue), daí se segue que a Eucaristia é o sacramento
no qual os crentes se comprometem a compartilhar a mesma vida que levou Jesus e
a compartilhar também a mesma vida entre eles no amor e na solidariedade.
Por conseguinte, pode-se dizer, com
toda certeza e com todo direito, que onde não há amor e vida compartilhada não
há Eucaristia.
2.2.
Na eucaristia Jesus é o Cordeiro
sacrificado para a nossa
salvação
Jesus morre na mesma
hora em
que os judeus
matavam o cordeiro da sua
páscoa . Isto
quer nos
dizer que o verdadeiro Cordeiro não é o animal
e sim o Cristo
que morre na cruz .
O sacrifício de Jesus, como cordeiro , realizou o que todo o sangue de milhões
de ovelhas e touros
e bodes jamais
conseguiu. “Pois é impossível
que o sangue
de touros e bodes
elimine os pecados ”(Hb 10,4). Para expiar as ofensas contra um Deus que é bom , infinito e eterno ,
a humanidade precisava de um sacrifício perfeito . E esse
era Jesus, o único
que podia “abolir o pecado com
seu próprio sacrifício ”(Hb 9,26). A eucaristia
é a manifestação do amor
apaixonado de Jesus pelo homem .
A verdadeira páscoa
é a Ceia do Senhor ,
onde se come e se bebe o Corpo e o Sangue
de Cristo . A verdadeira páscoa é a de Jesus que
está morrendo na cruz , entregando seu corpo e
derramando seu Sangue
para a nossa
salvação. E na missa repetimos e
atualizamos com ele ,
sua paixão ,
morte e ressurreição .
2.3. A eucaristia , o Corpo
e o Sangue do Senhor ,
é a expressão do amor
de Jesus por todos
e é o alimento para todos
Na primeira
carta aos coríntians, São Paulo diz: “...na
noite em
que foi entregue ,
o Senhor Jesus tomou o pão ...”(1Cor 11,23). É a frase
conhecida por
todos , pois em cada Eucaristia que
celebramos pronunciamos ou ouvimos esta mesma frase na hora da consagração .
O que se refere aqui
é Judas que
traiu Jesus e todos nós ,
pecadores . Jesus dá o seu Corpo e o seu Sangue para todos tanto para os que o traem, os que
fogem e os que o renegam tanto
para os que o
seguem fielmente . As nossas traições , as nossas fugas
e as nossas infidelidades não podem senão
exaltar a grandeza
e a profundidade do o amor
de Jesus por mim ,
por você , por todos nós . Ele ama o pobre , o infeliz , o pecador ,
como uma mãe
que ama
seu filho
simplesmente porque
é seu filho
e se este filho
se tornar um desgraçado , a mãe
o amará ainda mais ,
pois somente amando-o ele se sente amado
que o levará a ser
um bom
filho novamente .
Através da eucaristia
que Jesus instituiu, Deus faz da misericórdia
a realidade que
nos envolve do alto
a baixo . Na nossa
miséria , Deus
derrama sua
misericórdia .
2.4.
A eucaristia faz a comunidade
A comunhão
cria a comunidade ,
pois o Deus que habita em nós faz com que reconheçamos o Deus
em nossos
semelhantes . Somente
o Deus dentro
de nós é capaz
de ver Deus
na outra pessoa .
Nossa participação na vida íntima de Deus nos conduz
a um novo modo de participação na vida
das outras pessoas . De forma
retórica São
Paula pergunta : “O
cálice de bênção que abençoamos não
é comunhão com
o sangue de Cristo ?
O pão que
partimos não é comunhão
com o corpo
de Cristo ? Já
que há um
único pão , nós , embora muitos , somos um
só corpo ,
visto que
todos participamos desse único pão ”(1Cor 10,16-17).
2.5.
A eucaristia faz a missão
Na Eucaristia
celebramos o “sim ” total
e fiel de Jesus ao Pai
e aos homens . Ao celebrarmos a Eucaristia nós
queremos dizer o nosso
“sim ” ao Pai
e a todos os irmãos
e irmãs sem excluir
aqueles que
nos criticam, que
nos desprezam, que
se opõem a nós . A Eucaristia
se tornaria vazia , se ela não se
transformasse numa força de amor pelo próximo .
As palavras pronunciadas por Jesus dirigidas a todos
nós : “Fazei isto em
minha memória !”(Lc
22,19)são um
pedido para que nós façamos
também a doação ,
um pão
partilhado para os outros .
Para Refletir:
« Queres honrar o Corpo de Cristo? Não permitas que seja desprezado nos
seus membros, isto é, nos pobres que não têm que vestir, nem O honres aqui no
templo com vestes de seda, enquanto lá fora o abandonas ao frio e à nudez.
Aquele que disse: « Isto é o meu Corpo », [...] também afirmou: « Vistes-Me com
fome e não me destes de comer », e ainda: « Na medida em que o recusastes a um
destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o recusastes. [...] De que serviria,
afinal, adornar a mesa de Cristo com vasos de ouro, se Ele morre de fome na
pessoa dos pobres? Primeiro dá de comer a quem tem fome, e depois ornamenta a
sua mesa com o que sobra » (S. João Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de
Mateus, 50, 3-4: PG 58, 508-509)
P. Vitus Gustama,svd
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