quinta-feira, 7 de março de 2013

AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO DE CORAÇÃO

 
Sexta-feira da III Semana da Quaresma
08 de Março de 2013
 
Textos: Os 14,2-10; Mc 12, 28-34

 
Naquele tempo, 28bum escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”.32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.

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O escriba de Marcos se apresenta a Jesus com uma pergunta autêntica e não para pôr Jesus à prova. Por isso, no fim do texto Jesus elogiou o escriba: “Tu não estás longe do Reino de Deus”.


Nas escolas rabínicas se distinguia entre mandamentos “graves” ou de peso e mandamentos “leves”. Tinham 248 preceitos positivos (de acordo com o número de órgãos do corpo) e 365 proibições legais (de acordo com o número dos dias do ano). Os rabinos investigaram qual de todos esses mandamentos era realmente importante, qual era o primeiro e principal que serve como resumo de todos os mandamentos.


Jesus responde citando ao pé de letra a passagem do Dt 6,4-5 (amar a Deus), mas acrescenta imediatamente o mandamento do amor ao próximo que se encontra em outro contexto em Lv 19,18. Para Jesus os dois mandamentos são como um só: “Não há mandamento maior que estes”. Não se pode amar a Deus sem amar ao próximo (cf. 1Jo 4,20). Neste mandamento de amor se funda a única piedade verdadeira. O verdadeiro culto não pode se separar da atenção aos mais necessitados. Nesta mesma linha São Tiago afirma rotundamente: “A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste nisso: visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do mundo (Tg 1,27). 


Amar! Este é o mandamento do Senhor. A acumulação dos termos: “coração, alma, mente, forçaquer significar uma plenitude de amor que compreende todas as nossas faculdades de amar. É preciso que o amor arda em nossos pés à cabeça, em nosso espírito ao corpo, em nossa manhã até a noite, em nossa infância à velhice.


Amor é a essência para qualquer relacionamento com suas três direções: a Deus, ao próximo e a mim mesmo. Amor é relação, comunicação, encontro. Para eu poder valorizar o outro eu preciso saber me valorizar. Para eu poder amar o outro, eu preciso saber me amar. Para eu poder compreender o outro, eu preciso me compreender. Para eu poder fazer o encontro com o outro, eu preciso fazer o encontro comigo mesmo, reconhecendo tantos minhas capacidades e virtudes como também meus defeitos e limitações.


Não basta amar a Deus, alguém tem que amar também o próximo. Não basta amar o outro, mas tem que saber se amar: “Amar a Deus com toda força e o próximo como a ti mesmo”. Não faça do outro como objeto de sua carência de amor. Isto não é amor. É exploração. Para amar tem que ser livre. O amor liberta, dá segurança e possibilita o crescimento. Quando uma pessoa começar a sufocar a outra pessoa é porque está faltando amor. Amar a Deus somente é possível amando o próximo. O amor que se pratica com Deus deve ser igual ao amor que se pratica com o próximo. Como isso, Jesus destaca a importância de um ser humano e não as leis que matam as pessoas para render um culto errado para um deus falso.


Por isso é que Jesus não fala de qualquer amor. Ele fala do amor ágape. Ágape é uma palavra grega que significa o amor que se dirige unicamente para o outro, incondicional, e que não espera nada em troca. É uma doação pura de si mesmo. Por isso, Jesus chegou a fazer uma afirmação muito extrema: “Amai vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem” (Mt 5,43-44). A única coisa que se espera dos inimigos é o bem deles. Este é o amor-ágape. É o amor que salva e liberta. Com efeito, a atitude de é procurar descobrir o projeto de amor de Deus e corresponder a ele. Amar a Deus significa escutá-Lo, adorá-Lo, encontrar-nos com ele na oração e na vida e amar o que ele ama. Amar o próximo não apenas significa deixar de fazer o mal, e sim estar pronto para ajudá-lo, acolhê-lo e perdoá-lo. Amor é o único meio que em si tem capacidade de convencer o outro, até os ateus de que somos cristãos.


Portanto, hoje Jesus nos oferece a chave fundamental para cumprir a vontade de Deus: o amor íntegro a Deus como único Senhor e o amor ativo e efetivo e desinteressado para próximo. São Paulo nos relembra através da Carta aos romanos: “Não fiqueis devendo nada a ninguém… a não ser o amor que deveis uns aos outros, pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei. De fato, os mandamentos: ‘Não cometerás adultério’, ‘Não matarás’, ‘Não roubarás’, ‘Não cobiçarás’, e qualquer outro mandamento, se resumem neste: ‘Amarás o próximo como a ti mesmo’. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei (Rm 13,8-10).


É tão importante o mandamento de amor a ponto de Marcos colocar a palavraouvir”: “Ouve, ó Israel!”. “Ouve, ó Israel” são as mesmas palavras que todo judeu fiel pronunciava cada manhã como oração matinal. É preciso que prestemos nossa atenção para esse mandamento para que possamos ser elevados até Deus. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! E amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”. Toda a lei se resume no amor. “O amor é a única dívida que mesmo depois de paga nos mantém como devedores”, dizia Santo Agostinho (Epist. 192,2).


Neste sentido a conversão significa voltar a amar a Deus, ao próximo e à própria vida de todo o coração. O caminho do Senhor é o caminho de amor. “São retos os caminhos do Senhor e por eles andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem” (Os 14,10b). Trilhar por este caminho significa estar com Deus de amor. “Quanto mais amas, mais alto tu sobes” (Santo Agostinho).

 
P. Vitus Gustama,svd
gvitus@hotmail.com
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Minha Homenagem às Mulheres
 
No dia 08 de Março comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Quero colocar aqui o pensamento de Victor Hugo para mostrar como os dois (mulher e homem) se complementam!
 
“O homem é mais exaltado das criaturas; a mulher é mais sublime de todos os ideais (modelos).
 
Deus faz para o homem um trono, para uma mulher um altar. O trono exalta, o altar santifica.
 
O homem é o cérebro, a mãe (mulher) o coração. O cérebro fabrica luz, o coração produz amor. A luz fecunda, o amor ressuscita.
 
O homem é gênio, a mãe (mulher) é anjo. O gênio é imensurável, o anjo é indefinível.
 
A aspiração do homem é suprema glória; a inspiração da mãe (mulher) é a virtude extrema. A glória faz todo o grande, a virtude faz todo o divino.
 
O homem tem a supremacia, a mãe (mulher) a preferência. A supremacia significa a força; a preferência representa o direto.
 
O homem é forte pela razão; a mãe (mulher) é invencível pelas lágrimas. A razão convence, as lágrimas comovem.
 
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mãe (mulher) de todos os martírios. O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
 
O homem é um código, a mãe (mulher) um evangelho. O código corrige, o evangelho aperfeiçoa.
 
 
O homem é um templo, a mãe (mulher) um santuário. Diante do templo nos descobrimos, diante do sacrário nós nos ajoelhamos.
   
     
Com estas palavras quero desejar a todas as mulheres na nossa paróquia e fora dela, especialmente para as que sofrem de alguma forma, um Feliz dia da Mulher. Deus, Pai-Mãe, as abençoe eternamente. Obrigado por tudo e perdão por tudo!
 
"Mulher que teme ao Senhor merece louvor. Abre a boca com sabedoria, e sua língua ensina com bondade"
(Pr 31,30.26)
P. Vitus Gustama,svd


 
 

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