A semana
Santa é inaugurada pelo
Domingo de Ramos
no qual são
celebrados dois aspectos
centrais do mistério
pascal : a vida
ou o triunfo ,
mediante a procissão
de ramos em
honra de Cristo
Rei . O que
importa nessa primeira parte não é somente o ramo bento e sim a celebração do triunfo
de Jesus. A segunda parte
é a leitura da Paixão
de Jesus ou a morte
de Jesus. Devido a dois
aspectos que
tem este dia
o Domingo de Ramos
(rosto vitorioso )
é chamado também de o “Domingo da Paixão ”
(rosto doloroso ).
A procissão
segue imediatamente a Eucaristia . Do aspecto glorioso dos ramos
passamos ao aspecto doloroso
da Paixão . Esta transição
não se deduz somente
do modo histórico
em que
transcorreram os fatos e sim porque o triunfo de Jesus no Domingo
de Ramos é sinal
de seu triunfo
definitivo . Os ramos
nos mostram que
Jesus vai sofrer , mas
como Vencedor; vai morrer ,
mas para ressuscitar . Em
outras palavras , o Domingo
de Ramos é inauguração
da Páscoa ou
passagem ou
passo das trevas
à luz , da humilhação
à glória , do pecado
à graça e da morte
à vida .
O domingo
de Ramos é para
nós um
dia em
que publicamente confessamos nossa fé . A procissão que fazemos
não é outra
coisa que uma
gozosa manifestação
da fé que
professamos. Podemos dizer que
nesta celebração somos consagrados como combatentes
e mártires . A palma
ou o ramo
é símbolo de martírio .
Ao levar os ramos
queremos manifestar a Cristo
que estamos dispostos
a dar-Lhe testemunho como os mártires ,
se não com
nossa vida ,
pelo menos com nossas boas obras ,
com o bem que praticamos cada
dia .
A palma
ou o ramo
também é símbolo
de luta e de vitória .
Com a palma
ou o ramo
em nossas mãos
queremos manifestar que
vencemos o mal , o comodismo, a preguiça , o ódio ,
o rancor . Queremos dizer
que somos livres
de todo o mal .
Isto quer
nos dizer que para sermos lógicos , coerentes
com nossa
fé é necessário
que a realidade
se ajuste ao simbolismo ;
é necessário que
o que expressamos exteriormente
o possuamos interiormente .
Jesus veio como o Messias humilde , simbolizado pelo uso do jumento na sua entrada em Jerusalém. No patíbulo
da cruz , a humildade
divino-humana de Jesus desmascara a escravidão
culpável da arrogância . Arrogância
é uma maneira de não
admitir os próprios
defeitos e fraquezas .
Daqui brota para nós aquela humildade forte
e corajosa que
nos permite olharmos com serenidade para os nossos aspectos menos claros e para o peso dos nossos
pecados , sem
nos esquecermos de louvar
o poder humilde ,
purificador e santificador
de Deus . Ser humilde é aceitar as
próprias qualidades e os defeitos . Ser humilde é aceitar os próprios limites
e respeitar os próprios
limites e, ao mesmo
tempo , aceitar
o Infinito que
está nesses limites . Quanto mais sábia for uma pessoa , tanto mais humilde ela
será. Um sábio
tem consciência em
relação ao que
não sabe. Por
isso , “simular
humildade é a maior
das soberbas ” (Santo
Agostinho). Ser humilde
é ser você mesmo com suas qualidades
e seus defeitos .
O orgulhoso , ao contrário ,
julga ser o que
não é. O orgulhoso
vive na ilusão em
relação a si
mesmo . O orgulhoso
tenta preencher
sua carência com vaidade . O vaidoso é alguém
inseguro , que
tem necessidade de exagerar ,
de inventar histórias
para conferir consistência a seu ego . No fundo o
orgulhoso e o vaidoso
são fruto
de uma vida de angústia .
São angustiados porque
não se aceitam como
são . Não
admitem seus limites
e defeitos . Por
isso , vivem na ilusão .
O mundo cultiva o orgulho
e por isso ,
que existe um
número crescente
de angustiados.
Jesus é o Amor
que se rebaixa até
nós para nos exaltar . Esta humildade real
e divina que
habita em Jesus nos
enobrece e nos oferece a incomparável dignidade
de filhos e de filhas de Deus . Por isso , a humildade
em seu
grau mais
perfeito não
está em ser pequeno , mas em fazer-se pequeno
para engrandecer os outros . De fato ,
Deus não
é pequeno , mas
faz-se pequeno para
salvar a humanidade
por amor .
O homem humilde é ateu
de si , é aquele
que não
se considera deus ; a humildade é o ateísmo
de si mesmo .
Que sejamos ateus
de nós mesmos
para que Deus seja verdadeiro
Deus na nossa
vida .
P. Vitus Gustama,svd
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