TER NOME ESCRITO NO
CÉU
Sábado Da XXVI Semana Comum
04 de Outubro de 2014
Evangelho: Lc 10,17-24
Naquele tempo, 17 os setenta e dois
voltaram muito contentes, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por
causa do teu nome”. 18 Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um
relâmpago. 19 Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e
sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal. 20 Contudo, não vos
alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos
nomes estão escritos no céu”. 21 Naquele momento, Jesus exultou no Espírito
Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste
essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai,
porque assim foi do teu agrado. 22 Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém
conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não
ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23 Jesus voltou-se para
os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós
vedes! 24 Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais
vendo, e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo, e não puderam
ouvir”.
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FRANCISCO DE ASSIS E O RESPEITO
PELA NATUREZA
No dia 04 de outubro a Igreja celebra a festa de Sao Francisco de Assis. Nasceu em Assis (Itália) em 1182. Era filho de um rico comerciante de tecidos (Pedro Bernardone). Batizado com o nome de Giovanni di Pietro Bernardone. Porém, como seu pai era comerciante de tecidos preciosos comprados na França, trocaram-lhe o seu nome para Francesco, ou seja, "o francês".
Francisco gostava de festas em companhia de outros jovens e foi coroado "rei da festa".
No outono de 1205, Francisco em oração na capelinha de São Damião, escuta do grande Crucificado uma ordem: "Francisco, vai e repara a minha casa que está para ruir". Esta "minha casa" era a Igreja de então. No entento, Francisco entendeu como sendo a própria capela de São Damião que estava necessitando de reparos. E ele começou a restaurá-la.
O conflito com seu pai começou quando Francisco distribuiu para os pobres tanto dinheiro como tecidos. Todos achavam, inclusive seus colegas jovens de festas, que Francisco ou um covarde, ou um louco, ou um jovem que fora muito mimado.
Um dia, indo para Roma, ao encontrar com um pobre, Francisco trocou com ele as suas ricas roupas e exprimentou o que é a vida de pobre. E ele disse aos pais e amigos: "Estou começando a enxergar uma luz no fundo do túnel".
Com seus 25 anos Francisco abandonou sua casa (em estado de nudez) para seguir a Jesus e começou a reforma da "Casa" de Cristo, a Igreja. Pelo testemunho de sua vida muitos jovens começaram a fazer parte do grupo de Francisco. O grupo vivia de esmolas e de seu trabalho, sem receber dinheiro. E começaram a sair pelo mundo afora, de dois em dois para pregar o Evangelho. E o número do grupo foi aumentando. Francisco, sem querer fundar Ordem religosa, resolveu ir a Roma para pedir ao Papa uma aprovação de seu tipo de vida. Em maio de 1210 o Papa Inocêncio III aprovou o pedido. No dia 3 de Outubro d 1226 faleceu. Foi canonizado no dia 6 de julho de 1228.
Francisco gostava de festas em companhia de outros jovens e foi coroado "rei da festa".
No outono de 1205, Francisco em oração na capelinha de São Damião, escuta do grande Crucificado uma ordem: "Francisco, vai e repara a minha casa que está para ruir". Esta "minha casa" era a Igreja de então. No entento, Francisco entendeu como sendo a própria capela de São Damião que estava necessitando de reparos. E ele começou a restaurá-la.
O conflito com seu pai começou quando Francisco distribuiu para os pobres tanto dinheiro como tecidos. Todos achavam, inclusive seus colegas jovens de festas, que Francisco ou um covarde, ou um louco, ou um jovem que fora muito mimado.
Um dia, indo para Roma, ao encontrar com um pobre, Francisco trocou com ele as suas ricas roupas e exprimentou o que é a vida de pobre. E ele disse aos pais e amigos: "Estou começando a enxergar uma luz no fundo do túnel".
Com seus 25 anos Francisco abandonou sua casa (em estado de nudez) para seguir a Jesus e começou a reforma da "Casa" de Cristo, a Igreja. Pelo testemunho de sua vida muitos jovens começaram a fazer parte do grupo de Francisco. O grupo vivia de esmolas e de seu trabalho, sem receber dinheiro. E começaram a sair pelo mundo afora, de dois em dois para pregar o Evangelho. E o número do grupo foi aumentando. Francisco, sem querer fundar Ordem religosa, resolveu ir a Roma para pedir ao Papa uma aprovação de seu tipo de vida. Em maio de 1210 o Papa Inocêncio III aprovou o pedido. No dia 3 de Outubro d 1226 faleceu. Foi canonizado no dia 6 de julho de 1228.
Os contemporâneos
de São Francisco falavam com freqüência
do carinho de Francisco de Assis pelos animais e
do poder que tinha sobre eles . Por
exemplo , é a famosa
repreensão que
dirigiu às andorinhas quando estava pregando em
Alviano: “Irmãs andorinhas , agora é minha vez para falar .
Vocês já
cantaram bastante !”. Famosa também são as anedotas
sobre os passarinhos
que vinham escutar
Francisco de Assis quando cantava as grandezas do Criador ,
do coelhinho que não
queria separar-se dele no Lago Trasimeno e do lobo amansado (domesticado) pelo
São Francisco.
Esta experiência
consiste, antes de tudo ,
numa nova aproximação
de Deus , num olhar
novo sobre Deus . O Deus que São
Francisco descobre não é o Deus dos senhores
da Igreja , nem
o Deus das guerras
santas e das cruzadas . Nem sequer o Senhor benfeitor que de sua posição dominante
derrama seus
bens para os fieis subordinados .
Segundo São
Francisco, Deus deixou sua posição dominante . “O Senhor da majestade se fez irmão
nosso ”, disse São
Francisco de Assis (2 Cel 198); se fez um
de nós , o mais
pobre dentre
nós ; caminhou conosco .
“Olhem, irmãos , exclamem, a humildade de Deus ...”
(CtaO 28). Essa
visão encheu Francisco de Assis de grande felicidade .
Por isso ,
ele gostava de repetir
o Sl 68,33: “Ó, vós , humildes , olhai e alegrai-vos!”. E ao rezar este versículo , Francisco exultava de alegria
porque não
somente acreditava, mas
o experimentava.
Esta humanidade
de Deus não
era para
Francisco um simples
objeto de devoção ,
mas inspirava todo
seu comportamento ,
todas as suas relações ;
era acolhida como
um novo princípio de sociedade .
Esta fascinante
experiência do mundo ,
a partir da fascinante
experiência de Deus ,
esta alegria pura
de existir em
meio das coisas ,
Francisco a expressou com muita precisão
no seu Canto
do irmão Sol :
“Louvado sejas, meu Senhor , com todas as criaturas , especialmente
o senhor irmão
Sol , que
clareia o dia e com
sua luz
nos ilumina. E ele
é belo e radiante ,
com grande
esplendor : de Ti, Altíssimo, é imagem . Louvado sejas, meu
Senhor , pela
irmã Lua e as estrelas ,
que no céu
formastes claras e preciosas e belas. Louvado
sejas, meu Senhor ,
pelo irmão Vento , pelo ar
ou pelo nublado ou sereno , e todo
o tempo , pelo
qual às criaturas
Tu dás sustento .
Louvado sejas, meu Senhor ,
pela irmã água
que é muito
útil e humilde ,
e preciosa e casta .
Louvado sejas, meu Senhor ,
pelo irmão Fogo , pelo qual iluminas a noite ,
e ele é belo
e jucundo e vigoroso
e forte . Louvado sejas, meu Senhor , por nossa irmã
a mãe Terra , que nos sustenta e governa ,
e produz frutos diversos
e coloridas flores e ervas ”.
No mínimo ,
cada domingo ,
renovamos esse nosso
compromisso quando
professamos nosso Credo
onde encontra
a seguinte frase :
“Creio em Deus ,
Pai todo
poderoso . Criador
do céu e da terra ”.
Se professamos que Deus
é o Criador da terra ,
logo temos que
tratar a natureza
com respeito ,
pois é de Deus .
Se uma pessoa construir
uma casa com
muito suor
e de repente outra
pessoa derruba, gratuitamente ,
a mesma , qual
será a reação do dono
da casa ?
Somos também
da natureza , pois
fomos feitos de barro
(Gn 2,7). Agredir a Terra
é agredir a nós
mesmos . Quando
um dia
não sobrar
nenhuma árvore , nenhum
pássaro , nenhum
peixe ou
animal , nenhuma planta ,
nenhuma gota de água
nesta Terra , todos
vão entender que o dinheiro não pode ser comido e que o ouro e pedras preciosas não
podem ser comidos. Assim
desaparecerá o ser humano
da face da terra .
A degradação
crescente de nossa
mãe terra , que é nossa casa comum é o fruto da falta
de respeito ao Criador .
Cuidar e saber cuidar faz parte do amor e do respeito .
Por isso ,
faz parte do ser
do cristão , pois
ele não
somente acredita em
Deus , mas
em Deus
de amor (1Jo 4,8.16; Jo 3,16) cujo mandamento
é o amor (Jo 13,34-35; 15,12).
P. Vitus Gustama,svd
__________________
O texto do evangelho de hoje se
encontra no contexto da volta dos setenta (e dois) discípulos da missão que o
Senhor lhes tinha confiado anteriormente (Lc 10,1-12). Os discípulos voltaram
da missão alegres, entusiasmados, empolgados por ter sido capazes de libertar
os homens do mal, moral e físico pelo uso que fizeram do poder messiânico (o
nome) de Jesus: “Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”,
relataram os discípulos a Jesus. Todas as
forças do mal considerados como inimigos de Deus e dos seres humanos tinham
sido desarticulados pelos discípulos através do uso do poder recebido de Jesus.
Isto significa que o poder sobre o mal que os discípulos têm é o fruto de sua
comunhão plena com Jesus. Estar em plena comunhão com Jesus significa estar em
pleno poder de Jesus, poder que liberta e não escraviza. Somente a fé em Jesus,
isto é, estar nele e com ele, é que se pode derrotar qualquer poder que
escraviza.
E Jesus lhes explica que uma
vitória semelhante é o sinal da derrota das forças do mal que dominavam os
homens até então: “Eu vi satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10,18).
Trata-se de uma queda brusca e rápida (relâmpago) e de uma grande altura (do
céu). Altura de onde inicia a queda de uma coisa ou de uma pessoa determina o
impacto sobre o que caiu ao chegar à terra.
Por que caiu do céu (satanás caiu
do céu)? O tema da queda de satanás do céu pertence ao mito apocalíptico
judaico, em que se alude à presença de satanás sobre o céu. Certamente, segundo
esse mito, seu lugar e sua função se diferenciam do lugar e da função de Deus,
porém pensa-se que satanás põe o trono nas esferas superiores e domina desde
ali toda a marcha dos homens sobre o mundo. Mas a chegada de Jesus abole o
estado de escravidão que permite o homem ter acesso à liberdade. A presença de
Jesus é a derrota do poder do mal. Basta estar com Jesus e estar nele, o
triunfo do poder do mal (satanás) termina seu reinado.
Mas para não cair na ilusão do
poder e na idéia de domínio, para não ficar apenas na empolgação, Jesus alerta
aos discípulos que o mais importante é ter os nomes escritos no céu. Ter nome
escrito no céu é mais importante do que qualquer poder ou domínio na terra.
Esta afirmação nos leva ao Livro do Êxodo onde encontramos uma explicação:
somente são aqueles que participam do Reino de Deus e vivem conforme as suas
exigências têm nome escrito no céu (cf. Ex 32,32). Não há nada que seja melhor
para um ser humano do que ter seu nome escrito no céu, no livro da vida: “O
vencedor será assim revestido de vestes brancas. Jamais apagarei o seu nome do
livro da vida, e o proclamarei diante do meu Pai e dos seus anjos”, diz-nos o
Livro de Apocalipse de São João (Ap 3,5). Esta é a grande mensagem do evangelho
de hoje. Em outras palavras, os discípulos devem ficar alegres por pertencer a
Deus ou participar da grande família do Reino (nome escrito no céu), por estar
a serviço de Deus (libertar os homens da escravidão do mal), por gozar da proteção
divina (nenhum mal consegue vencê-los), e por ter neles o germe da vida eterna
que acaba com as forças da morte.
À luz desta experiência se situa a
função dos discípulos missionários. Sua vitória sobre satanás se traduz no fato
de que são capazes de vencer (superar) o mal do mundo (Lc 10,19) desde que
mantinham sua pertença ao Reino e usem o poder conferido para libertar os
outros e não para escravizá-los. Por isso, são declarados felizes: “Felizes os
olhos que vêem o que vós vedes. Pois eu vos digo que muitos profetas e reis
quiseram ver o que estais vendo e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais
ouvindo e não puderam ouvir” (Lc 10,23-24). Os discípulos são felizes porque
estão experimentando aquela plenitude messiânica que os antigos profetas e os
reis de Israel sonhavam experimentar. No entanto, mais uma vez, sua autentica
grandeza está no fato de seu encontro pessoal com Deus: seus nomes pertencem ao
Reino dos céus (Lc 10,20).
Quem mantiver sua pertença à Família
de Deus não estará fadado a ser escravo do poder do mal, mas será revestido do
poder de Deus para superar todo mal no mundo e libertar os outros escravizados
pelo mal. E quem mantiver unido a Deus, mesmo que seja frágil, ele será um
instrumento eficaz nas mãos de Deus para pôr fim ao reino do mal e fazer
triunfar o amor fraterna, a solidariedade fraterna, a bondade, compaixão e
assim por diante. O espaço totalmente ocupado pelo bem, o mal não tem vez. Quem
se mantiver assim até o fim, seu nome estará escrito no céu.
Que seu nome e meu nome estejam
escritos no livro da vida, no céu. Para isso, é preciso que aprendamos a ser
pequenos e simples diante de Deus. Os pequenos e os simples se mantém abertos
ao mistério de Deus e compreendem a verdade de Jesus Cristo: “Eu te louvo, Pai,
Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e
inteligentes e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10,21ª). A missão se estrutura
como expansão do amor em que se unem Deus e o Cristo (Filho). Nesse amor,
revelado aos pequenos e escondido para todos os grandes deste mundo, se
fundamenta a derrota das forças destruidoras da história. “Com o amor não somente avanço, mas vôo. Um só ato de amor
nos fará conhecer melhor Jesus. O amor nos aproximará dele durante toda a
eternidade. Eu não conheço outro meio para chegar à perfeição a não ser o amor”,
dizia Santa Tereza do Menino Jesus e da Sagrada Face, cuja festa é celebrada no
dia 01 de outubro.
P. Vitus Gustama,svd
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