sexta-feira, 26 de setembro de 2014

SEGUIR A JESUS INCONDICIONALMENTE PARA ALCANÇAR A LIBERDADE

Quarta-Feira Da XXVI Semana Comum
01 de Outubro de 2014
 
FESTA DE SANTA TERESINHA
 

Evangelho: Lc 9,57-62

Naquele tempo, 57 enquanto Jesus e seus discípulos caminhavam, alguém na estrada disse a Jesus: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. 58 Jesus lhe respondeu: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. 59 Jesus disse a outro: “Segue-me”. Este respondeu: “Deixe-me primeiro ir enterrar meu pai”. 60 Jesus respondeu: “Deixa que os mortos enterrem os seus mortos; mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. 61 Um outro ainda lhe disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”. 62 Jesus, porém, respondeu-lhe: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus”.

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SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS E DA SAGRADA FACE


Santa Teresinha viveu uma vida que não foi fácil. Mas ela sabe aproveitar o que é sofrido para seu crescimento na santidade e no amor ao próximo, expressão de seu amor para Deus.


Nos primeiros anos de sua infância, Santa Teresinha era uma alegria só para sua família. A tristeza começou a invadir sua vida quando sua mãe morreu de câncer e Teresinha tinha apenas 4 anos de idade. Ela escolheu, então, Paulina, sua irmã, como sua “Segunda mãe”. Teresinha começou a se fechar sobre si mesma e sobre seu ambiente familiar. Mas recebeu uma boa formação de sua irmã, Paulina. Na procissão do Corpus Christi, em junho de 1878, aos 5 anos de idade, começou a se intensificar o seu amor à Eucaristia: ela gostava de jogar as pétalas de rosas na direção do ostensório durante a procissão. Quando tinha 9 anos de idade sua irmã, que é sua “segunda mãe” entrou no Carmelo de Lisieux. Teresa sofre com a perda de sua “segunda mãe”. Teresa começa a ter dores de cabeça, quase contínuas e sofre o desequilíbrio afetivo. Mas cura milagrosamente pelo sorriso da virgem Maria. Teresa assume, então, a Nossa Senhora  como Mãe ( aos 10 anos de idade). Aos 14 anos de idade, ela pede ao pai para ela entrar no Carmelo aos 15 anos de idade. Eles fazem, então, a viagem para Roma para pedir ao Papa Leão XIII para entrar no Carmelo com 15 anos. Foi aceito o pedido. Aos 15 anos Teresa começa uma das grandes purificações espirituais de sua vida. Aos 16 anos, estando no Carmelo, seu pai, Sr. Martin, tem uma crise de alucinação e é internado num hospício da cidade. Mas Teresa recebe uma graça de união à Santa Virgem Maria na ermida de Santa madalena. Aos 17 anos Teresa faz sua profissão religiosa e acrescenta “Sagrada Face” ao seu nome religioso e começou a ler as obras de São João da Cruz. Sua irmã, Paulina, foi eleita priora e Teresa é nomeada auxiliar da mestra de noviças aos 20 aos de idade. Quando Teresa tinha 21 anos de idade, seu pai morreu. Ela recebe sua irmã o caderno com citações bíblicas sobre “pequena via”. Aos 22 anos Teresa começa a ter as iluminações sobre Deus como Amor misericordioso. Um dos anos mais felizes de Teresa. No dia 30 de julho de 1897 recebeu a Unção dos Enfermos. E recebeu pela ultima vez a sagrada comunhão no dia 19 de agosto de 1897. E às 19h do dia 30 de setembro de 1897, aos 24 anos de idade, soltou o ultimo suspiro num êxtase de amor e partiu para junto do Deus de amor. Por isso ela escreveu: “Eu não morro, entro na vida”. Um ano antes de sua morte ela escreveu este poema:


“Divino Salvador, no fim de minha vida,
Vem me buscar, sem sombra de atraso.
Ah! Mostra-me a tua infinita ternura
E do teu divino olhar, a doçura.
Com amor, oh, que tua voz me chame,
Dizendo-me: Vem, tudo está perdoado.
Fica tranqüila, minha fiel esposa.
Vem ao meu coração; tu muito me amaste.


Quando recebeu o retrato de Santa Teresinha de um bispo missionário, o Papa Pio X escreveu-lhe essa frase: “Ela é a maior santa dos tempos modernos”.  Ela é a maior santa porque sabe fazer-se pequena por amor de seu amado Jesus Cristo.  É um amor que busca agradar a Deus através da vivência em plenitude da vida cotidiana, procurando os seus sinais na cotidianidade da vida. É um amor que se manifesta na abertura aos irmãos e na delicadeza dos pequenos gestos no interior da comunidade.


Depois que ela leu os capítulos 12 (que fala da Igreja como corpo composto por vários órgãos, no entanto trabalham em harmonia) e 13 da Primeira Carta de São Paulo aos corintians (que fala do amor sem o qual tudo se tornaria nada), ela escreveu ou comentou:


·        “Por fim, encontrei o descanso... A caridade me deu a chave da minha vocação. Se a Igreja possui um corpo composto de diferentes membros, não pode faltar o mais necessário, o mais excelente de todos os órgãos: penso que ela tem um coração e que este coração arde em chamas de amor. Vejo com clareza que somente o amor põe em movimento seus membros, porque, se o amor se apagasse, os apóstolos não anunciariam o Evangelho, os mártires recusariam derramar seu sangue... Compreendi que o amor abarca todas as vocações, que o amor é tudo, que o amor transcende todos os tempos e lugares porque é eterno...”.

·        “Compreendi que, sem o amor, todas as obras são nada, mesmo as mais brilhantes, como ressuscitar os mortos ou converter os povos. Um só ato de amor nos fará conhecer melhor Jesus. O amor nos aproximará dele durante toda a eternidade”.

·        “Quanto a mim, não conheço outro meio para chegar à perfeição a não ser o amor. viver de amor é navegar sem cessar, semeando a paz, a alegria em todos os corações. Viver de amor é dar sem medida, banir todo temor, toda lembrança das faltas passadas. Façamos de nossa vida um sacrifício contínuo, um martírio de amor. Só o amor conta. O fogo do amor é mais santificante do que o fogo do purgatório. Eu não morro, entro na vida”.

Que Santa Teresinha interceda por nós para que possamos viver no amor e na simplicidade para que possamos alcançar o céu que é o próprio Deus de amor .

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O texto do evangelho lido neste dia se encontra no conjunto d o texto que fala da ultima viagem de Jesus para Jerusalém, pois lá ele será crucificado e morto. Durante a viagem para Jerusalém Jesus vai dando suas ultimas lições para seus discípulos e para os cristãos de todos os tempos e lugares. Trata-se das lições do caminho.


No evangelho deste dia Jesus põe outras três exigências. O primeiro diálogo sugere que o discípulo deve despojar-se das preocupações materiais exageradamente: para o discípulo, o Reino tem de ser infinitamente mais importante do que as comodidades e o bem-estar material. O segundo diálogo sugere que o discípulo deve despegar-se dos deveres e obrigações que, apesar da sua relativa importância impedem uma resposta imediata e radical ao Reino. O terceiro diálogo sugere que o discípulo deve despegar-se de tudo para fazer do Reino a sua prioridade fundamental. Em outras palavras, seguir a Jesus exige disponibilidade, radicalidade de entrega e coerência. Quem quiser seguir a Jesus, não pode deter-se a pensar nas vantagens ou desvantagens materiais que isso lhe traz, nem nos interesses que deixou para trás, nem nas pessoas a quem tem de dizer adeus. Muitas vezes a exigência do “ter” não serve mais para encobrir e dissimular a pobreza do “ser”. O que se deve viver é ser pobre no espírito e não ser pobre do espírito. A pobreza no espírito tem o amor como ponto de partida e como ponto de chagada. Por isso, pode-se dizer que a pobreza no espírito é mais do que uma renúncia, é uma conquista.


Muitas das vezes temos tentação de estar dispostos a seguir a Jesus apenas durante umas horas de nossa vida, ou em uns aspectos de nossa vida. Muitas das vezes temos tentação de colocar condições a Jesus para segui-Lo, apresentando supostamente boas desculpas, como narra o evangelho de hoje: “Deixa-me primeiro ir enterrar meu pai” ou “Deixa-me primeiro despedir-me dos meus familiares”.  O que dizemos parece sensato, mas na verdade é um modo de não aceitar a radicalidade da exigência que nos arrancaria de nossa mediocridade. Não se pode perder o tempo em enterrar tantos mortos que estão dentro de nós mesmos e que nos aprisionam sutilmente: valores mundanos, práticas religiosas sem compromisso e assim por diante. Tudo isto tem que morrer em nós para que possa surgir o espírito de liberdade e de vida nova. Jesus não anula o que tem de bom e de verdadeiro no nosso passado ou do nosso passado, mas nos exige que aprendamos a olhar a vida a partir de um critério absoluto.


“Segue-me” é o convite de Jesus hoje para cada um de nós. Vamos nos fazendo cristãos na medida em que nos atrevermos a seguir a Jesus. Vamos nos abrindo ao Espírito de Jesus para viver como ele viveu e passar por onde ele passou.  O cristão não é somente aquele que evita o mal e sim aquele que luta contra o mal e a injustiça como fez Jesus. O cristão não é somente aquele que faz o bem e sim aquele que luta por um mundo melhor adotando a postura de Jesus e tomando suas mesmas opções. “Segue-me” é o convite de Jesus para caminhar, para avançar e não para ficar parado e paralisado. Pessoas que tem coragem de caminhar são pessoas que fazem a diferença. “Pessoas que fazem diferença não desistem antes de começar, não dão moradia ao desânimo. Pessoas que fazem a diferença sabem que os problemas são relativos, transformam fracassos em aprendizados. Pessoas que fazem a diferença não se deixam amedrontar, alimentam sonhos possíveis. Pessoas que fazem a diferença começam cada dia com convicção, confiam que a vitória é dos persistentes no amor” (Canísio Mayer). “Não é porque certas coisas são difíceis que nós não ousamos; é justamente porque não ousamos que tais coisas são difíceis”, dizia Sêneca.

P. Vitus Gustama,svd

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